(At 13,14.43-52; Sl 99[100]; Ap 7,9.14b-17; Jo 10,27-30)
1. Nesse domingo do Bom Pastor a
liturgia da palavra nos faz avançar nessa compreensão de que o anúncio do
Evangelho deve atingir a todos; mesmo enciumados, os judeus devem compreender,
conforme reza o salmo, que o destino da humanidade é formar um único povo, ou
um único rebanho.
2. Mesmo estando exilado, João tem
conhecimento das tribulações sofridas por aqueles que se mantêm fiéis ao
Evangelho. É a eles que se dirige na 2ª leitura confortando-os com a certeza
que, graças à comunhão em sua Cruz com o Cordeiro, eles serão purificados, e
vencedores com Ele, participarão de sua ressurreição.
3. O quarto domingo da Páscoa gira em
torno do capítulo 10 de João sobre o pastoreio de Jesus. Depois de se
apresentar como ‘porta das ovelhas’ e de afirmar ser ‘o bom pastor’, o discurso
se conclui deixando claro que no campo da fé é preciso uma certa afinidade e
sintonia.
4. ‘Escutar’, ‘conhecer’, são termos
que falam de uma relação interpessoal entre Pastor e ovelha. Mesmo assim, Jesus
coloca um peso maior em sua própria iniciativa de buscar. Assim nós somos
reconhecidos em nossas iniciativas, por Ele.
5. Somos os destinatários do dom de Sua
vida e somos propriedade divina. Assim, no conjunto das leituras desse domingo,
compreendemos a coragem de Paulo e Barnabé, e de todo discípulo, conscientes de
que viver a fidelidade a Jesus os fará encontrar também a Cruz.
6. A força para seguir adiante vem do
próprio Jesus, pois a Cruz não o esmaga, ela é carregada nesse processo
intermediário entre o que se vive e o que se espera. Por isso as palavras de João
na segunda leitura não ignoram as adversidades, contradições, obstáculos e
provas que podem ser a nossa existência.
7. No ‘já e ainda não’ de nossa fé em
Cristo é importante manter-nos na escuta, no seguimento e conhecimento d’Aquele
que é a porta para vida, o bom Pastor onde o sentido maior da nossa existência
se esconde e é guardado.
Pe. João Bosco Vieira Leite