Sexta, 10 de maio de 2019


(At 9,1-10; Sl 116[117]; Jo 6,52-59) 
3ª Semana da Páscoa.

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” Jo 6,56.

“Só agora Jesus passa a falar da eucaristia. A eucaristia é o lugar concreto em que cremos na morte e Ressurreição de Jesus ligando-nos a ele que morreu por nós e tornando-nos um só com aquele que traz em si a vida divina. Esse contato intenso com o Senhor que morreu e ressuscitou por nós realiza-se quando comemos a sua carne e bebemos o seu sangue. ‘A minha carne é verdadeira comida e meu sangue verdadeira bebida. Aquele que come a minha carne e bebe meu sangue permanece em mim e eu nele’ (6,55-56). Na eucaristia exprime-se de forma vivencial a fé em Jesus, o pão da vida, porque comemos e bebemos a carne e o sangue do Senhor. No simbolismo dos sonhos, comer e beber representam sempre uma integração. Quem come e bebe o sangue de Jesus torna-se um só com ele, integrando-o na sua consciência. João diz que não só devemos comer a carne de Jesus, mas devemos mastigá-la (‘trogein’). Devemos mastigar o amor de Jesus que se completa na entrega da cruz, para que este não só penetre em nosso coração, mas também em nosso corpo. Mastigar não quer dizer apenas comer materialmente; na tradição espiritual costuma significar também meditar, que é uma espécie de ruminação da palavra de Deus. Na eucaristia não apenas ouvimos as palavras de Jesus, nós as incorporamos, as assimilamos, para que elas nos comandem de dentro para fora. No pão comemos o amor de Deus que se tornou homem, para que ele nos impregne e transforme. A eucaristia leva à mais intensa relação com Jesus Cristo que se pode imaginar. A relação se transforma em integração. Jesus está dentro de mim e eu estou nele. Nessa união com ele completa-se o amor de Deus para conosco”  (Anselm Grun – Jesus: porta para a vida – Loyola).  

Pe. João Bosco Vieira Leite