(1Cor 15,1-8; Sl 18[19]; Jo 14,6-14)
Santos Filipe e Tiago, apóstolos e
mártires.
“Jesus disse a Tomé:
‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim’” Jo 14,6.
“A imagem do caminho
evoca o anseio humano por orientação no tumulto desse mundo, a procura de um
sentido no meio do absurdo. Trata-se do caminho certo entre os muitos que se
nos oferecem, hoje como naquela época. A pregunta pelo caminho é a pergunta
pelo sentido e pelo objetivo de nossa existência. Jesus responde com a fórmula:
‘eu sou’ (ego eimi). Essas frases que começam com ‘Eu sou’ são típicas do
evangelho de João. Elas lembram a revelação de Deus na sarça ardente. Os
pronunciamentos com ‘Eu sou’ têm grande importância no culto divino. Eles
mostram a presença do Cristo elevado em sua comunidade. Oito vezes Jesus
liga a introdução ‘Eu sou’ com uma metáfora: ‘eu sou o bom pastor, eu sou o pão
que desce do céu’. Nessas imagens, Jesus nos revela o que ele significa para
nós. Trata-se de imagens arquetípicas que exprimem o nosso anseio por uma
existência humana bem-sucedida. Jesus recorre ao uso de palavras que
encontramos também em muitas religiões como expressões do desejo humano de
levar uma vida verdadeira e autêntica. Se Jesus aplica a si próprio as imagens
míticas de todas as religiões, é porque João quer dizer aos leitores do seu
evangelho: ‘Vocês não precisam procurar nem na gnose, nem na filosofia grega,
nem nos cultos dos mistérios. Jesus é a realização de todos os vossos
anseios’” (Anselm Grun – Jesus: porta para a vida –
Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite