Sexta, 03 de maio de 2019


(1Cor 15,1-8; Sl 18[19]; Jo 14,6-14) 
Santos Filipe e Tiago, apóstolos e mártires.

“Jesus disse a Tomé: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim’” Jo 14,6.

“A imagem do caminho evoca o anseio humano por orientação no tumulto desse mundo, a procura de um sentido no meio do absurdo. Trata-se do caminho certo entre os muitos que se nos oferecem, hoje como naquela época. A pregunta pelo caminho é a pergunta pelo sentido e pelo objetivo de nossa existência. Jesus responde com a fórmula: ‘eu sou’ (ego eimi). Essas frases que começam com ‘Eu sou’ são típicas do evangelho de João. Elas lembram a revelação de Deus na sarça ardente. Os pronunciamentos com ‘Eu sou’ têm grande importância no culto divino. Eles mostram a presença do Cristo elevado em sua comunidade.  Oito vezes Jesus liga a introdução ‘Eu sou’ com uma metáfora: ‘eu sou o bom pastor, eu sou o pão que desce do céu’. Nessas imagens, Jesus nos revela o que ele significa para nós. Trata-se de imagens arquetípicas que exprimem o nosso anseio por uma existência humana bem-sucedida. Jesus recorre ao uso de palavras que encontramos também em muitas religiões como expressões do desejo humano de levar uma vida verdadeira e autêntica. Se Jesus aplica a si próprio as imagens míticas de todas as religiões, é porque João quer dizer aos leitores do seu evangelho: ‘Vocês não precisam procurar nem na gnose, nem na filosofia grega, nem nos cultos dos mistérios. Jesus é a realização de todos os vossos anseios’” (Anselm Grun – Jesus: porta para a vida – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite