(1Tm 3,1-13; 100[101]; Lc 7,11-17)
24ª Semana do Tempo Comum.
Podemos dizer que os salmos são a
‘resposta de Israel’ diante das ações concretas de salvação realizadas por
Deus, nos sucessivos altos e baixos de sua história, num tom um tanto pessoal,
louvando-o, lhe dirigindo constantes perguntas, lamentando-se no sofrimento.
Assim revela-se num diálogo essa comunhão que ele busca manter com Deus através
da oração. O que chegou a nós é o melhor de mil anos de oração.
O salmo proposto (101 – vv. 1-6) vem casar-se com o desejo de Paulo que lembra a Timóteo a
retidão de vida que deve levar aquele que aspira ao episcopado (Timóteo será
bispo de Éfeso). Atribuído a Davi, traduz uma espécie de reflexão sobre o rumo
da própria vida ou ao menos do rumo que se quer dá. “Estou desapontado
pelo fato de ainda amar a Deus tão pouco e pecar tanto. Quando criança, sempre
pensei que os adultos eram praticamente as pessoas que queriam ser. Contudo, a
verdade é que sou embaraçosamente pecaminoso. Sou capaz de quantidades
deploráveis de inveja se alguém tiver sucesso mais visível do que eu. Estou
decepcionado com minha capacidade de ser pequeno e mesquinho. Não consigo
orar por muito tempo sem que minha mente fique à deriva em uma fantasia de
irada vingança por alguma desfeita passada que pensei que tinha perdoado ou em
alguma fantasia grandiosa de realização. Posso convencer as pessoas de que
estou ocupado e produtivo, e ainda perder grande quantidade de tempo assistindo
televisão. Essas são apenas algumas das decepções. Tenho outras, mais
tenebrosas, que não estou pronto para confiar ao papel. A verdade é que mesmo
escrever essas palavras é um pouco enganoso, porque me faz parecer mais
sensível à minha queda do que realmente sou. Às vezes, embora eu esteja ciente
de quanto sou falho, isso nem me incomoda muito. E estou decepcionado com minha
falta de decepção” (John Ortberg in Douglas Connelly
- Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson
Brasil). Talvez você se encontre na sinceridade desse autor.
Pe. João Bosco Vieira Leite