Quinta, 07 de setembro de 2017

(Cl 1,9-14; Sl 97[98]; Lc 5,1-11) 
22ª Semana do Tempo Comum.

Com relação as palavras de maldição que encontramos nos salmos, como contraparte da bênção, esta tem suas raízes no mesmo mundo das ideias mágicas. Também ela foi adotada como ato sagrado no culto da confederação das tribos israelitas (Jz 5,23; 21,5; Dt 27s). No contexto da ideologia da Aliança servia para a autopurificação da comunidade passando a ser relacionada com Deus: ‘maldito diante da face do Senhor’ (Js 6,26; 1Sm 26,19). Nos salmos a maldição ocupa um lugar secundário, em comparação com a bênção.

A ação de graças de Paulo por Deus ter feito chegar a sua graça até essa comunidade Colossos, é expressada pela liturgia com o salmo 98 (vv. 2-6). Esse salmo se parece muito com o salmo 96, a tal ponto de alguns comentadores pensarem num mesmo autor. Assim como Deus escolheu a Israel no passado, a comunidade dos colossenses devem-se sentir-se escolhida e comprometida com essa escolha: “No plano salvífico de Deus a eleição de Israel tem seu papel definido; não como um povo que tivesse de se distinguir dos outros por especiais privilégios e cuja eleição pudesse ser tida como uma espécie de recompensa dada por causa daqueles; Israel está entre os povos, mas como povo em cuja história a vontade savífica divina – expressa na promessa e ameaça, na graça e no julgamento – sempre de novo se torna visível como o sentido da história em geral. A eleição constitui, portanto, tarefa, serviço ao plano salvífico de Deus” (Arthur Weiser – Os Salmos – Paulus).


  Pe. João Bosco Vieira Leite