Quinta, 21 de setembro de 2017

(Ef 4,1-7.11-13; Sl 18[19A]; Mt 9,9-13) 
São Mateus, apóstolo e evangelista.

Por vezes chamo o Livro dos Salmos (Tradução grega) de Saltério, este, na realidade, é o nome do instrumento de corda com que deviam ser acompanhados. Na maioria das vezes cito o salmo que está entre parênteses, porque do salmo 11 ao 113 e do 117 ao 146, o livro hebraico conta uma unidade a mais. Tudo indica que o salmo 10 foi dividido em dois, gerando essa numeração um pouco confusa.  Essa numeração entre parênteses ou colchete é a oficial da Igreja católica e adotado no missal, nos lecionários da missa, nos rituais de sacramentos e no livro da Liturgia das Horas, assim como nos estudos sobre estes livros litúrgicos.

Para responder, em oração, ao texto da 1ª leitura, a liturgia nos oferece o salmo 19A (vv. 1-5a), aqui em sua primeira parte (A). Os estudiosos o dividem em dois por o considerarem dois cantos independentes que diferem tanto entre si no conteúdo, no clima, na linguagem e na métrica, que não podem ter sido compostos pelo mesmo autor. Essa primeira parte constitui um salmo da natureza, nascido da profunda visão poética e vazado em linguagem de grande poder de expressão. Encontraremos alguma semelhança com o salmo 8, pois ambos os poetas contemplaram maravilhados a majestade de Deus que se manifesta na criação e compõe seus hinos movidos pela emoção da sua vivência de Deus na natureza. Aqui é Deus que se revela na natureza. Sua linguagem é muito mais poética. Um salmo para se rezar pela manhã, em espaço aberto e em contato com a natureza.


 Pe. João Bosco Vieira Leite