(Ez 33,7-9; Sl 94[95]; Rm 13,8-10; Mt 18,15-20)
1. Neste domingo e no próximo à
liturgia nos traz dois textos do quarto discurso de Jesus em Mateus. Nele o
autor reúne algumas normas ou direções para a vida comunitária. A proposta de
reflexão neste domingo é a corresponsabilidade dos que fazem um mesmo caminho
de fé. A obrigação de advertir o outro sobre o erro cometido.
2. Para compreender melhor o que se
propõe, a primeira leitura lembra que o profeta, qual vigia de uma cidade, deve
transmitir as advertências de Deus para o seu povo que insiste em caminhos
errados. O texto acentua a sua responsabilidade, para entendermos a nossa.
3. Por trás do texto da segunda leitura
está a dúvida da comunidade a respeito de observar as normas estabelecidas pelo
império romano, algumas pareciam exageradas. Paulo oferece como critério de
discernimento o mandamento de não fazer ao outro o que não deseja para si. Se
as leis do estado são justas e promovem o bem comum, devem ser
observadas.
4. O evangelho de hoje pisa o delicado
chão da correção fraterna dando algumas indicações de como agir. O primeiro
passo é o da conversa a sós, evitando expor a pessoa. E certamente não deve
faltar o cuidado com as palavras, por mais que tenhamos razão em nossa mágoa. O
texto acentua a palavra irmão, para ressaltar o modo de proximidade e ajuda.
5. Se a pessoa insiste em não
reconsiderar a sua atitude, é oportuno pedir a ajuda de outros que
compreendendo a situação ajudem nesse processo. Não para pressioná-lo, mas para
chamar à razão.
6. O terceiro passo só deve ser dado se
houver insistência no erro é esse, em seu erro, possa prejudicar a comunidade.
Pode parecer um tanto dura a expressão usada por Mateus, mas aqui ele defende o
direito de salvaguardar a comunidade de alguém que pode prejudicar os demais na
vivência da fé.
7. O texto se conclui com um apelo a
oração comunitária, para que também sob a presença de Jesus, de sua palavra,
possamos discernir os caminhos que juntos fazemos na fé. Uma promessa preciosa
que muito nos ajudará antes de tomar decisões precipitadas. Que o Senhor nos dê
palavras acertadas para ajudar o outro e para orientar nossos próprios
passos.
Pe. João Bosco Vieira Leite