Sexta, 22 de Setembro de 2017

 (1Tm 6,2-12; Sl 48[49]; Lc 8,1-3) 
24ª Semana do Tempo Comum.

O que sabemos sobre a formação do saltério é muito pouco, “mas podemos dar como certo que não se trata de uma simples justaposição de salmos: a ordem ou situação de cada um deles tem grande importância. É como acontece com as estátuas ou vitrais das catedrais góticas: além daquilo que representam por si mesmos, têm um significado mais de acordo com a fachada ou a nave em que se encontram, e com as demais imagens que os rodeiam. Segundo Ramón Ribera-Mariné, que está investigando a questão de modo bastante original, a principal referência na ordenação definitiva dos salmos teria sido a interpretação messiânica. Mas o mistério perdura: esse autor aplica ao Saltério o que um antigo autor judeu disse do Cântico dos Cânticos: “Perdemos a chave deste livro”, ou seja, do livro como tal, como obra continuada” (Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos – Loyola).

Aos conselhos de Paulo a Timóteo a liturgia acrescenta o salmo 49 (vv. 6-10.17-20) para confirmar sobre a busca da riqueza e a morte que nos espera: ‘ao morrer não levará nada consigo’. Nesse sentido temos um salmo de sabedoria. “Um pouco deprimente, não é? Quem quer ser lembrado da morte e do vazio das riquezas quando há tanta coisa para ser feita? Temos contas para pagar, crianças para levar ao jogo de futebol e relatórios do trabalho para apresentar no final do mês. Por que estragar isso com esse papo de condenação e tristeza? É precisamente em tempos mais cheios de atividades e mais agitados da vida que precisamos de um lembrete duro e severo sobre o que é, de fato, importante. Nós nos deixamos tão facilmente envolver na busca de riquezas que achamos que Deus deve ficar impressionado com nossa prosperidade. Nós nos esquecemos do que disse Jesus: ‘Façam para vocês bolsas que não se gastem com o tempo, um tesouro nos céus que não se acabe’ (Lc 12,33)” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).


  Pe. João Bosco Vieira Leite