(1Tm 6,2-12; Sl 48[49]; Lc 8,1-3)
24ª Semana do Tempo Comum.
O que sabemos sobre a formação do
saltério é muito pouco, “mas podemos dar como certo que não se trata de
uma simples justaposição de salmos: a ordem ou situação de cada um deles tem
grande importância. É como acontece com as estátuas ou vitrais das catedrais
góticas: além daquilo que representam por si mesmos, têm um significado mais de
acordo com a fachada ou a nave em que se encontram, e com as demais imagens que
os rodeiam. Segundo Ramón Ribera-Mariné, que está investigando a questão de
modo bastante original, a principal referência na ordenação definitiva dos
salmos teria sido a interpretação messiânica. Mas o mistério perdura: esse
autor aplica ao Saltério o que um antigo autor judeu disse do Cântico dos
Cânticos: “Perdemos a chave deste livro”, ou seja, do livro como tal, como obra
continuada” (Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos –
Loyola).
Aos conselhos de Paulo a Timóteo a
liturgia acrescenta o salmo 49 (vv. 6-10.17-20) para confirmar sobre a busca da
riqueza e a morte que nos espera: ‘ao morrer não levará nada consigo’. Nesse
sentido temos um salmo de sabedoria. “Um pouco deprimente, não é? Quem
quer ser lembrado da morte e do vazio das riquezas quando há tanta coisa para
ser feita? Temos contas para pagar, crianças para levar ao jogo de futebol e
relatórios do trabalho para apresentar no final do mês. Por que estragar isso
com esse papo de condenação e tristeza? É precisamente em tempos mais cheios de
atividades e mais agitados da vida que precisamos de um lembrete duro e severo
sobre o que é, de fato, importante. Nós nos deixamos tão facilmente envolver na
busca de riquezas que achamos que Deus deve ficar impressionado com nossa
prosperidade. Nós nos esquecemos do que disse Jesus: ‘Façam para vocês bolsas
que não se gastem com o tempo, um tesouro nos céus que não se acabe’ (Lc
12,33)” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos -
Thomas Nelson Brasil).
Pe. João Bosco Vieira Leite