(Nm 21,4-9; Sl 77[78]; Jo 3,13-17)
Exaltação da Santa Cruz.
Comparados com a grande antiguidade da
salmodia, é pequeno o número de salmos que nos foi preservado. Como já
indicamos a existência de salmos fora do Saltério, os 150 salmos que
oficialmente temos representam apenas uma parte de uma poesia litúrgica muito
mais rica.
Para a festa da Santa Cruz, a liturgia
nos oferece o salmo 78 (vv. 1-2.34-38) como elemento de reforço ao episódio do
deserto (Nm 21,4-9) que deve ser sempre recordado. O objetivo é que não se
imite seus antepassados. Tendo assim um tom ‘histórico’, este é o segundo maior
salmo de toda a Bíblia. Seu conteúdo nos conduz por 5 séculos da história de
Israel, do tempo de Moisés a Davi, se detendo em alguns fatos e ignorando
outros. “Enquanto lia as grandes histórias do passado de Israel, o autor notou
uma tendência muito preocupante: Deus fazia coisas poderosas para resgatar seu
povo, mas, em pouco tempo, a nação esquecia o que Deus havia feito. As memórias
espirituais do povo eram incrivelmente curtas. O único remédio era recontar
seguidamente a história da fidelidade de Deus e da desobediência de Israel. As
crianças israelitas em casa ou na escola aos sábados precisavam ouvir a
história vez após vez. Talvez – apenas talvez – assim elas não repetiriam os
erros cometidos por seus avós” (Douglas Connelly - Guia Fácil para
entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).
Pe. João
Bosco Vieira Leite