Quinta, 14 de setembro de 2017

(Nm 21,4-9; Sl 77[78]; Jo 3,13-17) 
Exaltação da Santa Cruz.

Comparados com a grande antiguidade da salmodia, é pequeno o número de salmos que nos foi preservado. Como já indicamos a existência de salmos fora do Saltério, os 150 salmos que oficialmente temos representam apenas uma parte de uma poesia litúrgica muito mais rica.

Para a festa da Santa Cruz, a liturgia nos oferece o salmo 78 (vv. 1-2.34-38) como elemento de reforço ao episódio do deserto (Nm 21,4-9) que deve ser sempre recordado. O objetivo é que não se imite seus antepassados. Tendo assim um tom ‘histórico’, este é o segundo maior salmo de toda a Bíblia. Seu conteúdo nos conduz por 5 séculos da história de Israel, do tempo de Moisés a Davi, se detendo em alguns fatos e ignorando outros. “Enquanto lia as grandes histórias do passado de Israel, o autor notou uma tendência muito preocupante: Deus fazia coisas poderosas para resgatar seu povo, mas, em pouco tempo, a nação esquecia o que Deus havia feito. As memórias espirituais do povo eram incrivelmente curtas. O único remédio era recontar seguidamente a história da fidelidade de Deus e da desobediência de Israel. As crianças israelitas em casa ou na escola aos sábados precisavam ouvir a história vez após vez. Talvez – apenas talvez – assim elas não repetiriam os erros cometidos por seus avós” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil). 


Pe. João Bosco Vieira Leite