(Cl 1,24—2,3; Sl 61[62]; Lc 6,6-11)
23ª Semana do Tempo Comum.
Com relação aos autores dos salmos,
temos 73 atribuídos a Davi, 2 a Salomão, o Sl 90 a Moisés, 12 salmos a Asaf, 11 aos
filhos de Coré; além desses o Sl 88 a Hemã e Sl 89 a Etã. É provável que um ou
outro salmo remonte à época de Davi, mas não há nenhuma possibilidade de que
Davi seja o autor de todos os salmos que lhe são atribuídos. Pois em vários
deles supõe-se a existência do templo no monte Sião ou outras circunstâncias
históricas que indicam períodos históricos posteriores a Davi. Nenhum dos nomes
citados nas epígrafes indica o verdadeiro autor. Os salmos foram originalmente
anônimos e é provável que assim permaneceram por muito tempo.
Para endossar a confiança de Paulo no
Senhor, que a ele confiou o ministério de transmissão da Palavra, a liturgia
insere o salmo 62 (vv. 2-3.9). Atribuído a Davi, não faz menção a um evento
específico. Ele pode ter sido escrito durante a rebelião de Absalão contra Davi
ou depois dela. Um cântico de confiança em Deus: nenhum pedido é feito no
salmo. Nos versículos que nos são oferecidos há uma confissão de fé que nos
permite imaginar por quais lutas íntimas terá passado o seu autor antes de
encontrar repouso voltando-se para Deus, de quem hauriu forças interiores para
superar as aflições. Concentrando todas as suas energias internas, o poeta
volta o pensamento para Deus, abrindo-se na oração com todo o seu interior
voltado para Deus. Desistiu da busca de ajuda humana, confiando-se inteiramente
a Deus. Agora está tranquilo, ao passo que antes estivera atormentado por
ideias e dúvidas inquietantes. Agora vê com clareza de quem unicamente lhe pode
vir a salvação. Não apenas se apaziguou a busca angustiante, mas o homem também
possui chão firme debaixo dos pés: Deus é a rocha inabalável e a sua fortaleza.
Pe. João
Bosco Vieira Leite