(Am 3,1-8; 4,11-12; Sl 5; Mt 8,23-27)
Sto. Irineu, bispo e mártir.
Depois da chamada de atenção sobre a
prática da justiça e sobre o direito dos pobres, mesmo celebrando
impecavelmente o culto, sobre a dureza de coração, o profeta agora coloca em
destaque a escolha de Deus por Israel, através de uma relação de causa e
efeito. A Palavra de Deus é comparada ao rugido de um leão: é como alguma coisa
que urge dentro e que sai com ímpeto, provocando o inevitável efeito para o
qual foi enviada. Talvez aqui possamos vislumbrar a resistência (de Israel e
nossa) em se deixar moldar pelo Senhor, de colocar-se de acordo, como duas
pessoas que caminham juntas.
A tempestade acalmada revela o coração
dos discípulos e da própria comunidade sobre a fé em Jesus. Sobre esse
acreditar na vitória do Reino sobre as forças do mal, por isso, ao final, a
pergunta sobre a identidade divina de Jesus (somente Deus pode dar ordens ao
vento e ao mar). O plácido lago de nossa vida pode ser agitado por forças que,
às vezes, desconhecemos. O barco representa também a comunidade, a Igreja do
tempo de Mateus, sacudida, vez ou outra, mas não abandonada. Quem se coloca nas
mãos de Deus deve estar consciente desses ‘pequenos abalos’, mas deve levar
consigo a certeza de Quem é maior (vitorioso) que tudo isso que nos acontece.
Pe. João Bosco Vieira Leite