(1Rs 18,41-46; Sl 64[65]; Mt 5,20-26)
10ª Semana do Tempo Comum.
A liturgia da palavra omite o fim
trágico dos profetas de Baal, preservando a figura do profeta. Eis que a chuva
se aproxima gradativamente para restituir a confiança no Senhor, o único Deus.
Aquele que fere é também aquele que cura a ferida. É preciso saber esperar e
humilhar-se diante d’Ele.
Chegamos ao ponto crucial da cobrança
de uma atitude diferenciada dos discípulos. Jesus exige uma ‘justiça maior’.
Aqui aparece também sua autoridade, maior que a de Moisés. Toda essa radicalidade
para viver os mandamentos nasce de dentro do indivíduo. O respeito ao outro e a
reconciliação têm grande ênfase, pois parte de coisas ‘pequenas’. “Jesus não
anuncia uma simples ética de propósitos, e sim uma ética que exige um novo
comportamento, mas um comportamento que vem do coração que se abriu de par em
par para Deus. Jesus começa pelos pensamentos e sentimentos. Quem observa a lei
apenas externamente, guardando em seu coração sentimentos de ira e amargura,
não pode ser justo nem estar repleto do amor de Deus. Por isso importa, em
primeiro lugar, limpar o coração da ira e do rancor. Mas isso só é possível
quando o ser humano faz as pazes com seu adversário interior” (Anselm Grun,
“Jesus mestre da salvação”).
Pe. João Bosco Vieira Leite