(1Rs 21,17-29; Sl 50[51]; Mt 5,43-48)
11ª Semana do Tempo Comum.
Eis que Elias volta à cena para
pronunciar a sentença divina. Não matar e não cobiçar são os dois preceitos do
decálogo violados pelo rei. Acab tem uma reação inesperada de assumir a culpa e
se penitenciar, Deus age com misericórdia para com ele, mas não elimina a justa
reparação pelo seu crime, a sua dinastia continua em seus filhos e findará
neles.
A palavra de Jesus com relação aos
inimigos não tem nenhuma equiparação com texto do Antigo Testamento (AT). O
preceito de Jesus retoma sugestões do AT e as faz culminar na extensão e no
motivo: nada menos que a imitação de Deus Pai. O sol, que é fonte de bens, luz
e calor, Deus controla em favor de todos, sem distinção. Seja a perfeição ou
santidade divina a ser imitada, tudo está centrado no amor, que transforma e
leva a vivência da novidade. “Jesus mostra que uma das maneiras de amar o
inimigo é rezar por ele. Na oração entrego o inimigo às mãos de Deus: que Deus
lhe dê aquilo que faz bem a ele e à sua alma. Quem ama o inimigo mostra que é
filho ou filha de Deus. Por isso, é o amor aos inimigos o sinal característico
da filiação divina. Com o amor aos inimigos imitamos o comportamento do próprio
Deus que faz nascer o sol sobre os bons e maus e que faz chover sobre os justos
e os injustos (5,45).[...] Para Mateus, o novo comportamento nunca é apenas
expressão de um novo ser, é, ao mesmo tempo, o exercício concreto da
experiência do novo ser que nos leva para dentro da experiência do Deus
misericordioso cujos filhos e filhas somos” (Anselm Grun, “Jesus mestre da salvação”).
Pe. João Bosco Vieira Leite