(1Rs 21,1-16; Sl 05; Mt 5,38-42)
11ª Semana do Tempo Comum.
O livro dos Reis que estamos
acompanhando nos oferece um breve retrato do caráter de Acab e Jezabel nesse
novelesco episódio sobre a vinha de Nabot, denunciando os desmandos do reinado,
a influência da mulher e a injustiça reinante. Assim podemos entender o zelo
profético de Elias não só por Deus, mas também de um povo entregue a um injusto
governo. O conceito de poder de Jezabel não tem limites morais. Pensemos em
nosso país, e rezemos por aqueles que têm a coragem de enfrentar o vigente
sistema de corrupção em que vivemos.
No seu discurso Jesus cita a antiga lei
do talião que na sua origem visava por um freio à espiral da violência. Cristo
propõe vencer o mal com o bem. Os três casos propostos representam muitos
outros na ordem do sofrer, possuir e executar. “Quem sabe que Deus o ama
incondicionalmente não precisa mover um processo para obter o seu direito ou
usar a força para reagir aos violentos. Ele sabe que Deus o protege. Bater no
rosto de alguém é para o judeu menos um sinal de violência que de desonra. Quem
se sabe honrado por Deus não precisa mais preocupar-se com a sua honra.
Ele pode até entregar a capa que o esquentaria de noite. E quem repousa no amor
de Deus andará duas milhas com o soldado romano das forças de ocupação, que
segundo o direito de então podia obriga-lo a acompanhá-lo pela distância de uma
milha, e assim transformá-lo em amigo. Vendo no outro um possível amigo, nem
aceita a sua inimizade. São comportamentos que rompem o círculo vicioso da
violência que é paga com violência, do ódio que provoca ódio, da ofensa que é
retribuída com outra ofensa; agindo assim, cria novas possibilidades de
convivência” (Anselm Grun, “Jesus mestre da salvação”).
Pe. João Bosco Vieira Leite