(Ez 34,11-16; Sl 22[23]; Rm 5,5-11; Lc 15,3-7)
Sagrado Coração de Jesus.
Particularmente, nessa primeira
sexta-feira do mês, somos convidados a contemplar o coração de nosso Deus
revelado em Jesus. Para falar dos cuidados de Deus por seu povo, o profeta
Ezequiel toma- O como pastor. Da experiência comum busca-se compreender o mundo
de Deus, a sua essência. Por trás dessa imagem está a situação de desolação
pela cidade destruída e a situação do exílio: as ovelhas se encontram perdidas
e feridas. Daí o profeta se derrama em imagens que contempla essa situação
desoladora. Deus se revela fiel, busca suas ovelhas, e sua intenção não é
punir, mas curar, reconduzir, estar conosco. Assim o autor nos revela que o
amor de Deus é infinito, e cada um de nós tem um lugar no seu coração.
Para Paulo, devemos conservar em nosso
coração a esperança que Deus nos a de conquistar com seu amor, mesmo com os
obstáculos que vamos impondo à Sua ação. Seu amor não se equipara ao amor
humano e suas limitações. Em Cristo Jesus acolhemos esse amor derramado sobre
nós em nosso batismo. Confiar e ter a certeza de que seu olhar vela por nós.
Temos a primeira das três parábolas do
capítulo 15 de Lucas. Essa preocupação que nos soa exagerada por parte do
pastor quer falar-nos não da lógica da justiça que habita em nós, mas daquilo
que habita o coração de Deus. Em Jesus, desde Caná da Galileia, Deus sinaliza a
festa do reencontro que Deus quer provocar e nos convida a alegrar-nos com Ele.
Ele não quer que nenhum se perca e para isso está disposto a dar a própria vida
do seu Filho. Que amor louco é esse de nosso Deus? É uma tentativa de nos
convencer que estar em Sua companhia é melhor que os caminhos errados que
enveredamos. “Diante do pecado, a diferença entre o coração de Deus e o coração
do homem é esta: o homem pensa alcançar justiça punindo o culpado. Deus obtém
justiça quando chega a ‘tornar justo’ o mau. Este é o seu coração, este é o
amor que nos revelou no lado aberto de Cristo. Este é o amor que – como
diz Paulo na segunda leitura de hoje – ele ‘derramou em nosso corações’ e
espera que cresça, se desenvolva sempre mais, a ponto de transformá-los em
corações iguais aos seu” (Pe. Fernando Armellini, SJC).
Pe. João Bosco Vieira Leite