Quarta, 15 de junho de 2016

(2Rs 2,1.6-14; Sl 30[31]; Mt 6,1-6.16-18) 
11ª Semana do Tempo Comum.

Tem início o ciclo de Eliseu com o arrebatamento de Elias ao céu. Não é uma cena da fácil explicação, talvez Deus apenas tenha atendido ao pedido do profeta que insistentemente queria ser levado (morrer), os elementos que compõem a cena, como o carro de fogo, é um símbolo da divindade. Na tradição judaica Elias foi arrebatado, como um sinal de que um dia retornaria. O manto que fica com Eliseu é símbolo do revestimento que este faz do espírito de Elias, podendo também ele atravessar o rio a pé enxuto. Uma cena contemplativa do mistério da sucessão profética em Israel e da fidelidade de Deus aos seus justos.

Chegamos ao centro do discurso da montanha lembrando esse texto que já meditamos na quarta- feira de Cinzas ao início do Tempo da Quaresma. O texto prima em salientar a intenção ou finalidade com que realizamos certas obras, modelando-as qualitativamente. Orientadas para Deus, nossas obras recebem dele a recompensa.  “... um poema didático sobre três formas de piedade que os judeus praticavam para além da lei: dar esmola, orar e jejuar. Jesus acolhe essas formas de piedade, mas ao mesmo tempo as critica. Elas só fazem sentido quando são praticadas de dentro para fora, não quando visam o reconhecimento dos homens. Ao dar esmola, a mão esquerda não deve saber o que a direita está fazendo. Dou porque é o momento para fazer isso. Não quero fazer contabilidade de minhas doações, nem quero me vangloriar delas. Jesus sempre insiste no segredo: dar esmola e jejuar são atos que devem ficar em segredo. As boas ações devem ficar escondidas não só diante dos homens, como até mesmo diante do próprio ego. Não deve fazer o bem com o intuito de poder fazer uma boa avaliação de mim mesmo. Aquele avaliador dentro de nós nem deve saber daquilo que se faz. Deve ser um ato que emana simplesmente de nós porque está na hora de fazê-lo, não porque o bom comportamento nos coloca acima dos outros” (Anselm Grun, “Jesus mestre da salvação”).

 Pe. João Bosco Vieira Leite