(2Rs 2,1.6-14; Sl 30[31]; Mt 6,1-6.16-18)
11ª Semana do Tempo Comum.
Tem início o ciclo de Eliseu com o
arrebatamento de Elias ao céu. Não é uma cena da fácil explicação, talvez Deus
apenas tenha atendido ao pedido do profeta que insistentemente queria ser
levado (morrer), os elementos que compõem a cena, como o carro de fogo, é um
símbolo da divindade. Na tradição judaica Elias foi arrebatado, como um sinal
de que um dia retornaria. O manto que fica com Eliseu é símbolo do revestimento
que este faz do espírito de Elias, podendo também ele atravessar o rio a pé
enxuto. Uma cena contemplativa do mistério da sucessão profética em Israel e da
fidelidade de Deus aos seus justos.
Chegamos ao centro do discurso da
montanha lembrando esse texto que já meditamos na quarta- feira de Cinzas ao
início do Tempo da Quaresma. O texto prima em salientar a intenção ou
finalidade com que realizamos certas obras, modelando-as qualitativamente.
Orientadas para Deus, nossas obras recebem dele a recompensa. “... um
poema didático sobre três formas de piedade que os judeus praticavam para além
da lei: dar esmola, orar e jejuar. Jesus acolhe essas formas de piedade, mas ao
mesmo tempo as critica. Elas só fazem sentido quando são praticadas de dentro
para fora, não quando visam o reconhecimento dos homens. Ao dar esmola, a mão
esquerda não deve saber o que a direita está fazendo. Dou porque é o momento
para fazer isso. Não quero fazer contabilidade de minhas doações, nem quero me
vangloriar delas. Jesus sempre insiste no segredo: dar esmola e jejuar são atos
que devem ficar em segredo. As boas ações devem ficar escondidas não só diante
dos homens, como até mesmo diante do próprio ego. Não deve fazer o bem com o
intuito de poder fazer uma boa avaliação de mim mesmo. Aquele avaliador dentro
de nós nem deve saber daquilo que se faz. Deve ser um ato que emana
simplesmente de nós porque está na hora de fazê-lo, não porque o bom
comportamento nos coloca acima dos outros” (Anselm Grun, “Jesus mestre da
salvação”).
Pe. João Bosco Vieira Leite