(2Rs 17,5-8.13-15.18; Sl 59[60]; Mt 7,1-5)
12ª Semana do Tempo Comum.
Nossa leitura do livro dos Reis dá um
salto e nos situa no tempo do rei Oséias, que reinava na Samaria, que terá o
seu território invadido e seu povo deportado. O autor sagrado faz uma leitura
teológica do fato atribuindo tal desgraça ao pecado do povo, não sem antes
tê-lo advertido pelos profetas. Talvez essa narrativa nos ajude a entender a
hostilidade dos judeus aos samaritanos, pois na Samaria virão habitar outros
povos, povoando o território de gentios (pagãos). Assim já compreenderemos a
rejeição dos samaritanos em receber Jesus no evangelho do próximo domingo. Um
texto meramente explicativo e que nos diz que persistir no erro tem suas
consequências.
No sermão da montanha, que já caminha
para o seu fim, tem no capítulo 7 uma série de instruções e exortações breves.
O primeiro é a respeito do julgamento arrogante; quem tem ‘telhado de vidro’
não atira pedra para cima ou aleatoriamente. Muitas vezes não assumimos nossos
defeitos para melhor conviver com eles. Uma atitude humilde e conhecedora de si
(conhece-te a ti mesmo) nos obriga a calar o que percebemos de erro nos outros
quando estes também fazem parte do meu cotidiano. Conta-se que uma mulher
procurou Gandhi, trazia consigo uma criança, ela pediu ao sábio homem que
aconselha-se seu pequeno a não comer açúcar. Gandhi disse a mulher que voltasse
dali a uma mês. Retornando no prazo previsto, colocam-se na frente do sábio e
este, voltando-se para a criança, de forma imperativa lhe diz: - Menino, pare
de comer açúcar! A mãe se volta para ele e pergunta: - Um mês só para dizer
isso? Ele lhe responde: - É que eu também gostava de açúcar.
Pe. João Bosco Vieira Leite