(Ex 23,20-23; Sl 90[91]; Mt 18,1-5.10) Santos Anjos da Guarda.
“Vou enviar um anjo que vá a tua gente, que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que te preparei” Ex 23,20.
“’Anjos todos do Senhor, bendizei ao Senhor; cantai a sua glória, louvai-o eternamente’ (Dn 3,58). Os anjos aparecem frequentemente na Sagrada Escritura como ministros ordinários de Deus. São as criaturas mais perfeitas da Criação, penetram com a sua inteligência onde nós não podemos, e contemplam a Deus face a face, como criaturas já glorificadas. Nos momentos mais importantes da história humana, um anjo, que se manifestava por vezes em forma corpórea, foi o embaixador de Deus para anunciar os seus desígnios, mostrar um caminho ou comunicar a vontade divina. Vemo-lo atuar constantemente como mensageiro do Altíssimo, iluminado, exortando, intercedendo, preservando do perigo, castigando. O próprio significado da palavra anjo – enviado – exprime a sua função de mensageiro de Deus junto dos homens. Sempre receberam veneração e respeito por parte do Povo eleito. ‘Porventura não são esses espíritos ministros de Deus, enviados para exercerem o seu ministério em favor daqueles que hão de receber a herança da salvação?’ (Hb 1,14). Foi a fé nesta missão protetora dos Anjos, ligada a pessoas particulares, que fez Jacó exclamar enquanto abençoava os seus netos, filhos de José: ‘Que o anjo que me livrou de todos os males abençoe estes meninos’ (Gn 48,16). E a primeira Leitura da Missa transmite as palavras do Senhor a Moisés, que hoje podemos considerar dirigidas a cada um de nós: ‘Eu enviarei o meu anjo adiante de ti para que te guarde pelo caminho e faça chegar ao lugar que te preparei’ (Ex 23,20). E o profeta Eliseu dirá ao seu servo, que se assustara ao verem-se sitiados pelos inimigos: ‘Nada temas, pois muitos mais estão conosco do que com eles. E Eliseu orou e disse: Senhor abre os olhos deste, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do servo, e ele viu a montanha cheia de cavalos e de carros de fogo que rodeavam Eliseu’ (2Rs 6,16-17). Que segurança nos deve inspirar a presença dos Anjos da Guarda na nossa vida! Eles nos consolam, iluminam e lutam em nosso favor: no mais aceso do combate, ‘apareceram do céu aos inimigos cinco homens resplandecentes, montados em cavalos com freios de ouro, que se puseram à testa dos judeus. Dois desses homens levaram o Macabeu para o meio deles, cobriram-no com as suas armas, guardavam-na incólume e lançavam dardos e raios contra os inimigos que, feridos da cegueira e cheios de espanto, iam caindo’ (2Mc 10,29-30). Os santos Anjos intervêm todos os dias de formas e modos muito diversos na vida corrente. Que providência tão singular e cheia de bondade e quanta solicitude a de Deus para conosco, seus filhos, por meio desses santos protetores! Procuremos neles a fortaleza de que necessitamos para a nossa luta ascética habitual, e ajuda para que acendam em nossos corações as chamas do Amor de Deus” (Francisco Fernandez-Carvajal – Falar com Deus – Vol. 5 – Quadrante)
Pe. João Bosco Vieira Leite