Terça, 28 de outubro de 2025

(Ef 2,19-22; Sl 18[19ª]; Lc 6,12-19) Santos Simão e Judas, Apóstolos. 

“Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos” 

Lc 6,13.

“Simão e Judas Tadeu, como os demais Apóstolos, tiveram a imensa sorte de aprender dos lábios do Mestre a doutrina que depois ensinaram. Compartilharam com Ele alegrias e tristezas. Como os invejamos! Quantas coisas não aprenderam na intimidade das suas conversas com o Mestre, para depois as transmitirem aos outros! ‘O que vos digo ao ouvido, pregai-o sobre os telhados” (Mt 10,27). Nenhum milagre havia de passar-lhes despercebido, nenhuma lágrima, nenhum sorriso do Senhor deixaria de ter importância. Foram as testemunhas, os transmissores. Os Doze consideravam tão essencial esta íntima união com o Senhor que, quando tiveram de completar o número do Colégio apostólico, depois da defecção de Judas, estabeleceram uma única condição indispensável: ‘Convém, pois, que destes homens que têm estado conosco durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós, desde o batismo de João até o dia em que foi arrebatado ao céu no meio de nós, um deles seja constituído testemunha conosco da sua ressurreição’ (At 1,21). Esses homens estiveram com Jesus nas fadigas do apostolado, nas horas de descanso, em que Ele lhes ensinava com voz pausada os mistérios do Reino, nas caminhadas esgotadoras sob o sol... Compartilharam com Ele as alegrias quando a multidão acolhia a sua pregação, e as penas quando notavam a falta de generosidade de um ou outro em seguir o Mestre. ‘Com que intimidade se confiavam a Ele, como um pai, como um amigo, quase como a sua própria alma! Conheciam-no pelo seu porte nobre, pelo cálido tom da sua voz, pela sua maneira de partir o pão. Sentiam-se inundados de luz e estremeciam de alegria quando os seus olhos profundos pousavam sobre eles e a sua voz lhes vibrava aos ouvidos. Coravam quando os repreendia pela sua pobreza de vistas, e, quando os corrigia, humilhavam os seus rostos curtidos pelos anos, como crianças apanhadas em falta... Sentiam-se profundamente impressionados quando lhes falava repetidamente da sua Paixão. Amavam o seu Mestre e seguiam-no não apenas porque queriam aprender a sua doutrina, mas sobretudo porque o amavam’ (O. Hophan, ‘Los Apóstolos’). Peçamos hoje aos Apóstolos Simão e Judas que nos ajudem a conhecer e a amar a cada dia mais o Mestre, o mesmo a quem um dia seguiram, e que foi o eixo em torno do qual girou toda a sua vida” (Francisco Fernandez-Carvajal – Falar com Deus – Vol. 7 – Quadrante).

Pe. João Bosco Vieira Leite