(Rm 8,26-30; Sl 12[13]; Lc 13,22-30) 30ª Semana do Tempo Comum.
“Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossa praça!’” Lc 13,26.
“Jesus recusa-se a entrar em discussão casuística sobre quem se salvará, pois considera-la inútil. Importante para ele era empenhar-se, com sinceridade, por viver uma vida agradável a Deus, e assim, ser acolhido por ele, no final da caminhada terrena. As palavras do Mestre são uma denuncia contra aqueles que se iludem pensando ter garantido uma vaga no céu, quando, de fato, estão vagando longe da salvação. ‘Comemos e bebemos na tua presença, e tu ensinaste nas nossas praças’ dizem os que se iludem pensando que, no Reino de Deus, tem valor evocar determinadas procedências étnicas, práticas religiosas ou formação cultural como privilégios para se ingressar nele. É a falsa segurança dos judeus, mormente, dos fariseus. Mas pode ser também a falsa segurança da comunidade cristã. Sem a prática da justiça e da caridade, sem um amor entranhado ao semelhante, de nada valerá evocar, diante de Deus, a condição de cristão para se ingressar no Reino. Se nele existem privilegiados, estes são os pobres, os marginalizados, os oprimidos, os desclassificados. Ou seja, os que estão reduzidos a uma condição tão deplorável, a ponto de não conseguirem voltar-se para Deus, a fim de exigir dele a salvação. Quiçá, no seu entender, a salvação esteja fora de seus horizontes. Para que preocupar-se com ela? Quem se considerava privilegiado, não procurando vivenciar o amor, será expulso do Reino; ao passo que os últimos serão acolhidos pelo Senhor. – Espírito de justiça e caridade, torna-me solícito em dedicar-me à prática do bem, de forma a agradar ao Senhor e alcançar a salvação” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite