(Rm 4,1-8; Sl 31[32]; Lc 12,1-7) 28ª Semana do Tempo Comum.
“Pois bem, meus amigos, eu vos digo, não tenhais medo daqueles que matam o corpo,
não podendo fazer mais do que isso” Lc 12,4.
“Duas virtudes recomendam-se ao discípulo do Senhor: a verdade e sinceridade diante da hipocrisia dos fariseus e a valentia na confissão da fé. A hipocrisia dos fariseus consistia na aparência de santidade e em estar vazios de virtude e cheios de maldade. Os discípulos de Jesus não podem ser assim. Precisam mostrar-se por fora como são por dentro; para se mostrarem bons, justos e retos por fora, devem ser isso no seu íntimo; o que aparece por fora não deve ser senão o reflexo do que seja por dentro. Nada existe de tão oculto que não se chegue a descobrir; jamais você poderá pensar e dizer: ‘Agora estou sozinho’, pois sempre sua consciência o acompanhará, que não é outra coisa senão o olhar de Deus. Não existe trevas tão espessas que possam escondê-lo(a) ao olhar penetrante de Deus; por isso, sua intimidade, por mais íntima e secreta que a queira supor, fica sempre patente aos olhos de Deus e haverá de chegar o dia em que Deus ponha às claras as trevas da sua solidão íntima. Jesus não promete livrar os discípulos do sofrimento e da morte, mas dar testemunho da sua lealdade no último dia. A perseguição, assim como a tentação, nem sempre serão evitadas por Deus aos seus eleitos, pois são parte da economia divina. A fortaleza é também um dom do Espírito Santo. Os santos mártires da Igreja de Deus não tiveram medo da morte, nem do sofrimento, souberam dirigir a vida toda para a eternidade; como diz a Sagrada Bíblia: ‘As almas dos justos estão nas mãos de Deus, e nenhum tormento os tocará. Aparentemente estão mortos aos olhos dos insensatos: seu desenlace é julgado como uma desgraça e sua morte como uma destruição, quando na verdade estão na paz. Se aos olhos dos homens suportaram uma correção, a esperança deles era portadora de imortalidade, e, por terem sofrido um pouco, receberão grandes bens; porque Deus que os provou, achou-os dignos de si’ (Sabedoria 3,1-5)” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite