(Ne 2,1-8; Sl 136[137]; Lc 9,57-62) 26ª Semana do Tempo Comum.
“Enquanto Jesus e seus discípulos caminhavam, alguém na estrada disse a Jesus:
‘Eu te seguirei para onde quer que fores” Lc 9,57
“Lucas descreve o cristianismo como sendo um ‘seguir’. A nossa incumbência é seguir Jesus. Isso torna-se claro no início do grande ‘Relato da viagem’. Jesus foi rejeitado pelos samaritanos. Ele é o ‘sem pátria’, que anda por este mundo afora sem encontrar quem o receba. Ser ‘sem pátria’ faz parte também do nosso ‘ser cristão’. Lucas expressa isso numa narração: enquanto eles andavam, alguém disse a Jesus no caminho: ‘Eu te seguirei para onde quer que vás’. Jesus lhe disse: ‘As raposas têm tocas, e as aves do céu seus ninhos; o Filho do Homem, porém, não tem onde encostar a cabeça’. A um outro ele disse: ‘Segue-me’. Este respondeu: ‘Deixa-me primeiro sepultar meu pai’. Jesus, porém, lhe disse: ‘Deixa os mortos sepultarem seus mortos; tu, porém, vai anunciar o Reino de Deus’. Um outro ainda lhe disse: ‘Eu vou te seguir, Senhor, mas primeiro permite-me despedir-me de minha família’. Jesus lhe respondeu: ‘Quem põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus’ (Lc 9,57-62). São três imagens do ‘seguir’ que Lucas nos descreve aqui. Seguir Jesus significa que não temos mais aqui uma morada permanente. Nem a família, nem a nossa casa oferecem-nos um ninho que nos possa servir de esconderijo. Nós, seres humanos, temos um cerne divino que nos impele para a frente, no nosso caminho, até que encontremos em Deus a nossa pátria. Aos que querem segui-lo, Jesus responde com um provérbio que os gregos também conheciam. Enquanto todos os animais têm onde morar, o ser humano não possui morada. O seu lar, em que ele possa realmente sentir-se em casa, é somente Deus, a quem ele pertence por sua própria natureza” (Anselm Grüm – Jesus, modelo do ser humano – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite