(Ap 7,2-4.9-14; Sl 23[24]; 1Jo 3,1-3; Mt 5,1-12) Todos os Santos.
“Depois disso, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas,
que ninguém podia contar” Ap 7,9.
“O evangelista João apresentou Jesus no seu mistério pascal, ou seja, como ‘um Cordeiro, de pé, como que imolado’ (5,6). Diz depois que tudo deve ser iluminado por este acontecimento, mesmo as coisas muito dolorosas que refere na abertura dos primeiros quatro ‘selos’, e sobretudo na do sexto que parece preanunciar o fim iminente de tudo (vv. 2-3). Neste ponto, como que uma pausa para reflexão, apresenta a cena das ‘cento e quarenta e quatro mil’ pessoas ainda na terra e a da ‘grande multidão’ que está no Céu (v 4,9-14). [Compreender a Palavra:] Na primeira cena, os ‘cento e quarenta e quatro mil’ (v. 4) são todos os membros da Igreja, representados neste número simbólico que é produto de 12 x 12 x 1000: lembremo-nos de que o número 12 serve para indicar o novo Povo de Deus que nasce dos doze Apóstolos de Cristo. Aqueles, porque vencem as grandes dificuldades, recebem o ‘selo’ de proteção (cf. Ez 9,4); trata-se do nosso Batismo e dos outros sacramentos. Na segunda cena, João contempla esses cento e quarenta e quatro mil, isto é, uma ‘multidão imensa’, que, vencida a prova, estão em adoração diante de Deus e do Cordeiro: a ‘cor branca’ das suas túnicas é símbolo da glória celeste e as ‘palmas’ são símbolo do martírio, da vitória, da alegria (v. 9). Adoram continuamente a Deus e ao Cordeiro, dos quais receberam a ‘salvação’ (v. 10). A solenidade de Todos os Santos deve fazer-nos viver intensamente a realidade mais profunda e misteriosa da Igreja, que ainda peregrina na terra, saboreia e vive dos bens do Céu” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite