Quinta, 09 de outubro de 2025

(Ml 3,13-20; Sl 01; Lc 11,5-13) 27ª Semana do Tempo Comum.

“Será que alguém de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra?

Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião?” Lc 11,11-12.

“A segunda parábola esclarece o que significa ter Deus como pai. Todo pai sabe o que é bom para os seus filhos. No seu coração, o ser humano é realmente bom. Todo pai cuida dos seus filhos. Não lhes dará uma pedra em lugar de pão, ou uma cobra em vez de um peixe, ou um escorpião em vez de um ovo. Aí Jesus faz um apelo ao sentimento de honra das pessoas. ‘Tais exemplos, atribuídos a um pai, cortam o coração de qualquer leitor ou leitora’ (Bovon II, p. 155). Deus é nosso pai. Ele sabe o que nos faz bem. Não nos decepcionará; não nos dará nada que possa nos prejudicar. Ele nos dará aquilo que pode nos alimentar. Agostinho dá às três dádivas uma interpretação simbólica. O pão significa o amor; o peixe, a fé; e o ovo, a esperança. Um bom pai não dará, no lugar do pão do amor, a pedra da dureza e da rejeição. Ele acredita no seu filho, e não o fere como uma cobra. E ele lhe dará esperança, e nunca o há de envenenar com a sua amargura ou com sentimentos de culpa. Deus é um pai bondoso, que nos dará a melhor dádiva que ele tem para dar: o Espírito Santo. O Espírito Santo cura as nossas feridas, se porventura o nosso próprio pai nos entregou a pedra, a cobra ou o escorpião, machucando-nos profundamente. Para Lucas, a oração é o lugar onde podemos experienciar até a cura de feridas que um pai ou uma mãe nos tenha causado” (Anselm Grüm – Jesus, modelo do ser humano – Loyola).  

Pe. João Bosco Vieira Leite