Quinta, 01 de agosto de 2024

 (Jr 18,1-6; Sl145[146]; Mt 13,47-53) 17ª Semana do Tempo Comum.

“Acaso não posso fazer convosco como este oleiro, casa de Israel? – diz o Senhor.

Como o barro nas mãos do oleiro, assim sois vós em minha mão, casa de Israel” Jr 18,6.

“Também Deus, como fará depois Jesus com as parábolas, utiliza uma experiência da vida cotidiana para levar aos homens a sua Palavra de verdade: o trabalho de um oleiro de Jerusalém torna-se símbolo do comportamento divino para com Israel. O oráculo, pronunciado por Jeremias antes do grande castigo da invasão de Jerusalém (cf. Jr 18,11), é mais positivo do que possamos pensar, enquanto anuncia a incansável ação criadora de Deus, para reparar os desvarios humanos. [Compreender a Palavra:] Tirando partido da experiência do oleiro, Jeremias é convidado por Deus a comunicar a todo povo uma grande verdade esquecida: ele, como todo homem, é plasmado por Deus (cf. Gn 2,7) para se tornar uma realidade bela aos seus olhos (v. 4) e útil ao Seu projeto de salvação. Mas a realização final da obra não é automática, ligada como está à disponibilidade da criatura a deixar-se modelar pelo Criador. Se Israel continuar a fugir às mãos do Senhor, para ganhar autonomia e a desligar-se da Lei da Aliança, voltará a ser disperso na massa, precisamente como o vaso mal conseguido, que volta a ser barro comum. O oráculo é um duro apelo à corresponsabilidade humana na realização de si própria e da história do mundo, mas é também uma comunicação de confiança e de esperança para todos os que se sentem esmagados pelas suas responsabilidades. Se somos vasos mal conseguidos, não devemos temer, porque estamos sempre nas mãos de Deus: Ele volta a colocar-nos no barro do mundo e, recuperando-nos para o Seu amor, experimenta de novo realizar a Sua obra-prima” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de I a XVII] – Paulus).     

Pe. João Bosco Vieira Leite     


Quarta, 31 de julho de 2024

(Jr 15,10.16-21; Sl 58[59]; Mt 13,44-46) 17ª Semana do Tempo Comum.

“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. O homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” Mt 13,44.

“A relação do discípulo com o reino deve ser de exclusividade. Em sua vida, nada pode apresentar-se como concorrente desse Reino, pois este tem a primazia em tudo, deve ser o ponto de referência para tudo, o eixo da sua existência. E tudo isto se explica como adesão e serviço total ao Reino. Jesus comparou a radicalidade desta opção com o gesto de um homem que, ao descobrir um tesouro escondido num campo, cheio de alegria vendeu quanto possuía e adquiriu aquele campo. Essa descoberta levou-o a redimensionar o valor de suas propriedades. A posse do tesouro justificava desfazer-se de tudo o mais. Outro ponto de comparação foi a atitude de um comerciante de pérolas preciosas: ao encontrar uma de grande valor, decidiu desfazer-se de todos os seus bens, só para adquiri-la. A posse da pérola levou-o a dar uma reviravolta em sua vida: todas as demais pérolas que possuía, bem como outras eventuais propriedades, pouco valor tinham para ele. A posse da pérola preciosa era suficiente para fazê-lo feliz. O mesmo se passa com o Reino. Ele constitui a alegria do discípulo, embora tivera de renunciar ao que antes lhe parecia precioso. Por causa do Reino, o discípulo é capaz de tomar decisões radicais. – Senhor Jesus, que eu me desfaça, com coragem e alegria, de tudo quanto me impede de colocar o Reino como centro da minha vida (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite  


Terça, 30 de julho de 2024

(Jr 14,17-22; Sl 78[79]; Mt 13,36-43) 17ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus respondeu: ‘Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem’” Mt 13,37.

“Todo bem procede de Deus. Tudo o que de bom existe em você procede de Deus; é ele quem semeia nos corações a doutrina e a vida do Reino. A ele, pois, você deve pedir tudo o que de bom você precisa ou deseja. O campo é cada homem, é você, seu coração, em cuja terra tanto podem depositar-se as sementes do trigo quanto as do joio, as do bem quanto as do mal, a espalhada pela mão amorosa de Deus, como a jogada pela mão do inimigo de sua alma. O campo pode ser também o mundo inteiro, sem exclusivismos, sem preferências: a doutrina de Jesus é para todo o mundo; assim se expressa a universalidade do Reino. ‘A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do Maligno’(v. 38). Com esta expressão de ‘Filho de ...’ se quer dizer os adeptos do Reino e os adeptos do Maligno que se esforça para por impedir o advento do Reino; indubitavelmente que você é chamado(a) para ser boa semente, filho de Deus, filho do Reino e como tal construir o mundo novo que o Reino exige, opondo-se, assim, à ação dos causadores de iniquidade. ‘O inimigo, que semeia, é o demônio...’ (v. 39). Inimigo de Deus e inimigo do homem, inimigo da verdade e do bem, e por isso, inimigo também do Reino. ‘A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos...’ (v. 39). Consequentemente, até que chegue o momento da colheita, ambos: os filhos do Reino e os filhos do Maligno, deverão viver misturados, jogando ambos os punhados de semente do bem e do mal; por último, no fim do mundo, o trigo será colhido e guardado no celeiro do céu, enquanto o joio será queimado no fogo. ‘Haverá choro e ranger de dentes...’ (v. 42). Era esta uma expressão rabínica na qual o choro é metáfora que expressa a dor, enquanto o ranger de dentes expressa metaforicamente o furor do desespero. E será somente então que ‘os justos brilharão como o sol no Reino do Pai’; isto é, Jesus aponta aqui para uma solução escatológica de todos os sucessos da vida do mundo. A luz na Sagrada Escritura aparece como símbolo da glória e da felicidade, daí que várias vezes se mencione na Bíblia que ‘os justos resplandecerão como o sol’ (v. 43). O Reino tem duas fases: terrestre e celeste; a celeste é somente para os bem-aventurados; porém o Reino, na sua fase terrena, isto é, a Igreja, não é constituído somente de justos predestinados, mas está integrado por justos e pecadores; a Igreja reconhece que não é uma comunidade dos eleitos, pois abrange membros que não são fiéis. Deus tolera a presença destes membros na Igreja, como tolera no mundo em geral; mas o juízo decidirá o destino final dos justos e dos malvados e assim purificará por completo o Reino” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite  


Segunda, 29 de julho de 2024

 (1Jo 4,7-16; Sl 33[34]; Jo 11,19-27) Santos Marta, Maria e Lázaro.

“Então Jesus disse: ‘Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra viverá’” Jo 11,25.

“O primeiro milagre realizado por Jesus foi a mudança de água em vinho nas Bodas de Caná da Galileia. O último milagre, já a caminho da paixão, foi a ressurreição de Lázaro. Deu-se, a partir deste fato, o acirramento do ódio que estava incrustado nos corações dos adversários. Todos viram prodígios realizados por Jesus. Muitos se converteram e creram. Outros, porém, assustados, desencadearam seus maus propósitos. Jesus simplesmente ensinava. Os ensinamentos do Mestre estão repletos de conteúdos e, em seus pormenores, convida todos a terem uma fé firme e constante. A proposta é que todos seus ouvintes fiquem engajados no plano de Deus e parem de andar perambulando pelas noites, comungando as trevas. Andar de dia é fácil evitar o tropeço. Após a revificação de Lázaro todos estavam atentos às suas palavras. Aquele era o  momento adequado para falar da ressurreição dos mortos. Sua palavra convincente permitia o crédito e instigava seus opositores. Falava e demonstrava ser o Senhor da vida e da morte. Estava proclamando que Ele próprio era a referência segura. Garantia vida eterna àqueles que viessem a falecer, crendo nele. Crer não pode ser confundido com superstições, muito menos pode ser entendido como um salto no escuro. Crer é um ato de confiança que se tem com o Deus que se relaciona. É um escudo adquirido pelo conhecimento e ação do Espírito Santo que faz acreditar em fatos não presenciados. Sabe-se, no entanto, quem disse tais palavras e os propósitos de cada uma delas.  Isto é fé e tem como sinônimo a fidelidade. Que grande consolo e ensinamento deu Jesus a todos naquele momento da ressurreição de Lázaro. Se lá estivéssemos qual seria a nossa reação? Devemos hoje, em unidade de fé, professar a vida nova e crer nas propostas de Jesus que se estendem para a eternidade. – Senhor! Tu és nossa ressurreição e a vida. Amém (Arnaldo Hoffmann Filho  – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite  


17º Domingo do Tempo Comum – Ano B

(2Rs 4,42-44; Sl 144[145]; Ef 4,1-6; Jo 6,1-15)*

1. A partir deste domingo interrompemos a leitura de Marcos e acompanharemos o capítulo sexto do Evangelho de João que compreende a narrativa da multiplicação dos pães e o discurso de Jesus na Sinagoga de Cafarnaum. Temos assim uma catequese sobre a Eucaristia.

2. João, em seu Evangelho, diferentemente dos outros evangelistas, parte do sinal do pão multiplicado para nos falar da Eucaristia e não da última Ceia, que ele não narra. Mas as duas realidades convergem para essa contemplação do Cordeiro imolado na Cruz que constitui a realidade última dos sinais, inclusive o da última Ceia.

3. O que João quer nos dizer, partindo dessa realidade do pão? Que na Eucaristia há uma continuidade e uma harmonia admiráveis entre a realidade material e a graça espiritual. Nunca irá compreender a Eucaristia aquele que não fez a experiência de alimento humano, de fome e de comida, do partir o pão e de comer juntos.

4. Ao falar dessa realidade da natureza e da graça, explicamos a Eucaristia a partir da Transubstanciação, ou seja, que o sinal do pão e do vinho não desparecem completamente para dar lugar ao corpo e sangue de Cristo. O sinal, portanto, continua. Pois o sacramento é uma realidade sensível.

5. O pão e o vinho permanecem, mas são elevados ou transformados. Antes da consagração, ele é fruto da terra, do trabalho humano. Depois de consagrado, ele se torna sinal do sacrifício de Cristo, do seu amor sem limites para com o ser humano, do alimento espiritual, da unidade do corpo de Cristo.

6. Estes significados constituem, respectivamente, a ‘realidade’ do pão e da Eucaristia. Estes não estão reduzidos a ser somente uma coisa ou uma substância. A compreensão do químico que conhece a composição molecular do pão é diferente da do padeiro que o produz e da criança faminta que recebe o pão da mão da mãe.

7. Os significados espirituais (amor de Cristo, participação em sua morte-ressurreição, unidade da Igreja) fazem, portanto, parte integrante da realidade da Eucaristia. Fazem parte, mas não a esgotam! No mistério eucarístico acontece algo mais profundo e insondável que somente a fé pode perceber.

8. Na Eucaristia, pela consagração e pelo poder do Espírito Santo, a realidade material, o pão, diferentemente da água do batismo, a natureza não acolhe somente a graça, mas o Autor da graça.

9. Mas toda essa realidade teológica não pode estar separada da experiência cotidiana do alimento e do banquete, da corporeidade e de todo realismo existencial. Desde o princípio o rito sagrado estava próximo do banquete fraterno.

10. É certo que ao longo da história o rito foi passando por várias revisões e até perdeu o contato com a assembleia. O que se deve procurar na celebração eucarística é o equilíbrio entre autenticidade e solenidade, entre espontaneidade e uniformidade litúrgica; numa palavra, entre natureza e graça.

11. Para as novas gerações, onde se perde gradualmente o hábito de comer juntos, a mesa da Eucaristia e a reunião dos irmãos, pode não dizer muito. A vida moderna torna inevitável isto, mas não devemos nos deixar arrastar e fazer o esforço da família encontra-se ao menos uma vez no dia para uma refeição comum, enriquecida do gesto cristão da bênção do pão e da oração.

12. O nosso evangelho fala do recolhimento do que sobrou. Podemos recordar dessa dinâmica evangélica de dar a sobra aos pobres, ou mesmo de evitar o desperdício. Mas há um significado espiritual por trás desse gesto.

13. Ele quer significar que a Eucaristia é não somente para quem a recebe; deve avançar também para os ausentes, os afastados, para todo o povo. Aqueles que participam da multiplicação devem partilhar depois com os irmãos a força e a luz que recebem dela; tornar-se eles mesmos pão a ser partido, isto é, Eucaristia.

14. É condenada aquela forma de desperdício espiritual que é o egoísmo e o individualismo, causas principais da ineficácia de tantas Eucaristias. A Eucaristia de Jesus é feita para ser partilhada, para socorrer um e outro; quem a recebe deve assimilar-se a Jesus, tornando-se, como ele, um dom para os outros.

* Com base em texto de Raniero Cantalamessa.     

Pe. João Bosco Vieira Leite   


Sábado, 27 de julho de 2024

(Jr 7,1-11; Sl 83[84]; Mt 13,24-30) 16ª Semana do Tempo Comum.

“Deixai crescer um e outro até a colheita!” Mt 13,30a.

“É o demônio que semeia o mal na herança do Senhor; daí surge a convivência do bem e do mal no Reino de Deus até o juízo final, no qual se fará a separação definitiva. Deus permite que no mundo estejam juntos os justos e os pecadores, seja para que os justos se purifiquem e santifiquem com os defeitos e perseguições dos outros, seja para que os pecadores tenham tempo e oportunidade de corrigir-se do pecado e começar a fazer o bem. Deus é definitivamente paciente; é ‘vagaroso para o castigo’ e ‘rico em misericórdia’, como no-lo dizem vários textos bíblicos; nós, no entanto, costumamos ser impacientes e alteramos os termos: ‘Rápidos para o castigo’ e de ‘muito pouca misericórdia para com os outros’. Não podemos esquecer-nos de que o Reino de Deus sofre tensões internas e externas até que brilhe a luz definitiva. Até com nós mesmos devemos ser pacientes; não pretendamos corrigir-nos num só dia; se assim pudesse ser, demos graças a Deus; mas se assim não é, não devemos impacientar-nos. Nossos defeitos temo-lo enraizados em nós e não nos é fácil ver-nos limpos deles; o desânimo se apodera de nós, quando pretendemos ir mais rápido do que Deus determinou. Deus nos quer ativos, no trabalho de nossa santificação, mas pacientes: sem pressa, mas sim num andamento continuado e sem paradas; sem se deter na enervante tibieza ou apatia espiritual, mas nunca com a pressa nada natural que nos faça cair no desalento” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite

 

Sexta, 26 de julho de 2024

(Eclo 44,1.10-15; Sl 131[132];  Mt 13,16-17) Santo Joaquim e Ana, pais da bem-aventurada Virgem Maria.

“Vamos fazer o elogio dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações” Eclo 44,1.

“O Papa João Paulo II ensina que São Joaquim e Santa Ana são ‘uma fonte constante de inspiração na vida cotidiana, na vida familiar e social’. E exorta: ‘Transmiti mutuamente de geração em geração, junto com a oração, todo o patrimônio da vida cristã’ (no Santuário do Monte de Santa Ana, Polônia, 21/06/1983). Santa Maria recebeu no lar formado por seus pais todo o tesouro de tradições da Casa de Davi que passavam de uma geração para outra; foi nele a dirigir-se ao seu Pai-Deus com imensa piedade; foi nele que conheceu as profecias relativas à chegada do Messias, ao lugar do seu nascimento... Por sua vez, a Virgem ensinaria a Jesus as formas de falar, refrões populares cheios de sabedoria, que anos mais tarde o Senhor empregaria na sua pregação. Dos seus lábios maternais, Jesus terá ouvido com imensa piedade aquelas primeiras orações que os hebreus ensinavam aos seus filhos mal começavam a pronunciar as primeiras palavras. Que boa mestra não terá sido a Virgem! Com que ternura não teria manifestado a riqueza da sua alma cheia de graça! É muito provável que nós também tenhamos recebido o incomparável dom da fé e muitos bons costumes dos nossos ascendentes, que foram conservados e transmitido como um tesouro. Por nossa vez, temos o grato dever de conservar esse patrimônio para transmiti-lo a outros. Agora que os ataques contra a família parecem recrudescer, devemos preservar com fortaleza esse patrimônio recebido, e procurar enriquecê-lo com a prática das virtudes cristãs e com a nossa fé. Temos de tornar Deus presente no nosso lar mediante esses costumes cristãos de sempre: a bênção dos alimentos, as orações da noite com os filhos pequenos..., a leitura de alguns versículos do Evangelho com os mais velhos, alguma breve oração pelas pessoas falecidas, pelas intenções da família e do Papa..., a assistência à Missa do domingo, todos juntos... E a recitação do terço, a oração que os Sumos Pontífices tanto recomendaram que fosse rezada em família. Não é necessário que as práticas de piedade em família sejam numerosas, mas seria pouco natural que não se estabelecesse nenhuma num lar em que todos, ou quase todos, professam ser cristãos. Já se disse que os pais que sabem rezar com os seus filhos encontram facilmente o caminho que os leva ao coração desses filhos. E os filhos nunca se esquecem das ajudas que receberam em crianças dos seus pais: para que rezassem, para que recorressem à Virgem em todas as situações. Como agradecemos as orações que nossos pais nos ensinaram quando éramos pequenos, as formas práticas de dirigir-nos a Jesus Sacramentado...! É, sem dúvida, a melhor herança que recebemos. Será também muito grato à nossa Mãe Santa Maria que renovemos uma vez mais o propósito tantas vezes formulado de procurarmos ser sempre instrumentos de união entre os diversos membros da família. Este empenho santo levar-nos-á a pedir todos os dias pelo membro da família que mais precise, a ter maiores atenções com o mais arisco, com aquele que parece fraquejar ou que está doente” (Francisco Fernandez-Carvajal – Falar com Deus – Vol. 7 – Quadrante)

 Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 25 de julho de 2024

(2Cor 4,7-15; Sl 125[126]; Mt 20,20-28) São Tiago Maior, apóstolo.

“Jesus, então, respondeu-lhes: ‘Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice

que eu vou beber?’ Eles responderam: ‘Podemos’” Mt 20,22.

“Tiago – denominado o Maior, para distingui-lo do apóstolo homônimo ‘primo do Senhor’, ou apenas por ser o irmão mais velho do evangelista João – aparece entre os discípulos de Jesus desde os primeiros dias da vida pública. Entre elogios e reprovação, Jesus chama-os de ‘filhos do trovão’, por causa da índole impulsiva dos dois irmãos, os quais não hesitam em invocar o fogo do céu para reduzir a cinzas os hóspedes samaritanos. Mas souberam também ser decididos e generosos quando precisaram enfrentar incômodos e sofrimentos por amor do Mestre, que lhes perguntou: ‘Podeis beber o cálice?’ (quer dizer, estais dispostos a morrer por mim?). dessa vez é Tiago quem responde primeiro: ‘Podemos’. Coube propriamente a Tiago ser o primeiro a dar a prova, com o próprio sangue, de seu amor e de sua fidelidade ao Mestre. Ele foi o primeiro apóstolo a ser martirizado. Depois do fogo vivificador que veio do céu em Pentecostes, Tiago foi lançado ao cárcere e flagelado, ‘alegrando-se muito, por ter sido digno de sofrer injúrias pelo amor de Jesus’. Houve uma segunda perseguição da autoridade judaica e nasceu o primeiro mártir, o diácono Estevão. Mais cruel foi a terceira perseguição desencadeada por Herodes Agripa ‘para agradar os judeus’, e nisso ele se mostrou inteiramente digno do tio, o assassino do Batista, e do avô Herodes, o Grande, que, logo ao nascer Jesus, tentou matá-lo. Esse rei, então, sustentado pela conveniência do imperador romano, na festa pascal de 44, pôs-se a perseguir ‘alguns membros da Igreja. Assim, mandou matar à espada Tiago [...] E, vendo que isso agradava os judeus, mandou prender também a Pedro’. Embora pareça improvável do ponto de vista histórico, uma lenda do século IX faz de Tiago Maior o evangelizador da Espanha, localizando em Compostela o lugar para onde suas relíquias, trazidas de Jerusalém, foram transladadas. E Compostela torna-se então o local mais famoso de peregrinação dos cristãos, depois de Jerusalém e Roma. São Tiago é padroeiro da Espanha. Uma recente descoberta reabriu o ‘caso’ da autenticidade das relíquias do apóstolo Tiago, venerado em Compostela. Tiago de Varezze, na ‘Legenda Aurea Sanctorum’, relata: ‘Narra João Beleth que, depois da morte de Tiago, seus discípulos, por temor dos judeus, depuseram o corpo do santo numa nau e, confiando à providência divina o sepultamento, deixaram a nau à deriva; o anjo do Senhor a fez aportar sã e salva na Galícia. Os discípulos depuseram o corpo do santo sobre uma grande pedra, que, amolecendo-se como cera, recolheu em si o corpo do mártir, à guisa de sarcófago’. Depois de várias moradas, o corpo do santo pôde ter sua sepultura. Em 813, um eremita viu luzes sobrenaturais, como uma chuva de estrelas, num campo vizinho a sua ermida. O bispo de Ina, após três dias de jejum, com alguns fiéis, dirigiu-se ao ‘Campus Stellae’; ao escavar, encontrou uma sepultura, com um corpo decapitado, o qual identificou o de são Tiago” (Mario Sgarbosa – Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

 

Quarta, 24 de julho de 2024

(Jr 1,1.4-10; Sl 70[71]; Mt 13,1-9) 16ª Semana do Tempo Comum.

“E disse-lhes muitas coisas em parábolas: ‘O semeador saiu a semear...’” Mt 13,3.

“Dispostos a se tornarem servidores do Reino, os discípulos não deveriam pensar que só encontrariam sucesso pela frente. Era preciso ser realista e, de antemão, dar-se conta da dinâmica do Reino. O sucesso, sem dúvida, viria, porém em meio a perdas e fracassos. O processo de semeadura serviu para ilustrar este aspecto do Reino. O semeador, segundo o costume da época, lançava as sementes ao deus-dará. Umas caiam a beira do caminho, outras, em terreno pedregoso, outras, no meio de espinhos. A condição precária do terreno impedia que a semente desse frutos. Talvez chegasse a germinar e tentar crescer. Sua sorte, porém, era murchar e morrer. Só uma pequena porção de semente caia em terreno fértil e chegava a frutificar. Mesmo assim, a colheita variava na base de cem, sessenta e trinta por um. Nem por isso o semeador deixava de semear. Embora soubesse que boa parte da semente haveria de se perder, valia a pena continuar semeando. O discípulo do Reino, como o semeador, não pode deixar de semear a semente da Palavra de Deus, mesmo sabendo que seu trabalho não frutificará cem por cento. Ele deve contar com a perda inevitável e se contentar com o que foi produzido de bom, embora seja pouco. – Senhor Jesus, ajuda-me a não desanimar na tarefa de semear tua Palavra, mesmo contando com perdas e fracassos” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).  

Pe. João Bosco Vieira Leite

 

Terça, 23 de julho de 2024

(Mq 7,14-15.18-20; Sl 84[85]; Mt 12,46-50) 16ª Semana do Tempo Comum.

“E estendendo a mão para os discípulos , Jesus disse: ‘Eis minha mãe e meus irmãos’” Mt 12,49.

“Não se fala aqui dos ‘irmãos’ de Jesus como filhos de Maria. Sabemos que os acontecimentos não foram assim, porque Maria foi virgem antes, no parto e depois do parto: é este um dos pontos de fé que a Igreja conservou zelosamente, e nós não podemos deixar de alegrar-nos por esta prerrogativa de nossa Mãe celestial que, como era destinada a ser Mãe de todos, Deus não quis que fosse a mãe de ninguém em particular, mas Mãe de Jesus, que é quem nos dá a vida e quem nos une com os novos laços da graça. O evangelho refere-se aos parentes próximos de Jesus, por exemplo: primos, que em hebraico e em aramaico chamavam-se também irmãos, visto que nessas línguas não existia outra palavra para especificar esse grau de parentesco. Jesus, nesta passagem evangélica, nem renega sua Mãe nem seus parentes, mas quer aproveitar a oportunidade, que lhe é oferecida, de insistir em que sua missão era, antes de tudo, cumprir a vontade do Pai celestial, e em que nós, os seguidores dele, devemos igualmente ter essa mesma preocupação. Assim o Senhor inaugura uma nova família, ‘sua família eclesial’ na qual os laços do parentesco carnal ficam pospostos aos do parentesco espiritual; por isso Jesus, estendendo os braços para os discípulos, exclamou: ‘Estes são meus irmãos e minha mãe...’, palavras que consagraram o costume cristão de chamar-nos irmãos uns aos outros; isso deve estimular-nos a viver intensamente a fraternidade cristã. Nós que formamos uma comunidade, ou grupo de cristãos, estamos unidos pelos laços de parentesco espiritual, mas estimável e em determinadas ocasiões mais estáveis do que os próprios laços do parentesco carnal. Jesus fala da grande família cristã, unida entre si pelo amor do Pai e pelo cumprimento de sua divina vontade; quer convencer-nos de que todos devemos ter-nos como irmãos, tratar-nos e amar-nos como irmãos. Para tranquilidade dos que sentem, no mais profundo da alma, o amor a Maria Santíssima, não deve molestar-nos a afirmação que o Senhor faz com estas palavras, visto que aquele que cumpre a vontade do Pai celestial é verdadeiramente seu irmãos, sua irmã e sua mãe, ninguém é tão Mãe quanto Maria, já que ninguém tal qual ela foi fidelíssima ‘serva do Senhor’, ninguém tal qual ela disse ao Senhor, não só no momento da Encarnação, mas em cada momento da vida: ‘Faça-se em mim segundo a tua palavra’, cumpra-se em mim a tua vontade” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 22 de julho de 2024

(Ct 3,1-4; Sl 62[63]; Jo 20,1-2.11-18) Santa Maria Madalena.

“No primeiro da semana, Maria Madalena, foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada,

quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo” Jo 20,1.

“Magdala, - aldeia situada na margem ocidental do lago de Genezaré, na Galileia – é a terra natal de Maria, denominada propriamente Madalena, que se distingue totalmente da outra Maria, a de Betânia – aldeia das proximidades de Jerusalém. Esta era irmã de Lázaro e de Maria, ‘a pecadora’ – a que parece de repente na casa de Simão quando Jesus nesse dia aí estava e sentava-se para almoçar. Maria Madalena é a fiel discípula que segue o mestre da Galileia à Judeia ‘junto com muitas outras mulheres, que entregavam seus haveres’ (a Jesus e aos apóstolos). É ainda ela quem está ao lado da Bem-aventurada Virgem Maria junto à cruz, compartilhando as dores da crucificação e a morte do Filho. É também quem permanece em vigília amorosa ‘sentada em frente ao sepulcro’ na madrugada do primeiro dia, depois da forçosa espera do sábado, e é a primeira a correr ao sepulcro. Aquela que, em seu ardente amor, foi premiada pelo Ressurrecto, que se fez reconhecer pronunciando lhe apenas o nome, como se faz com quem é da família: ‘Maria!’. É a ela que o Salvador confia o grande anúncio da ressurreição: ‘Vai, porém, a meus irmãos e dize-lhes: Subo a meu Pai e vosso Pai, a meu Deus e vosso Deus’. Essa a Madalena que a Igreja hoje comemora, com presença obrigatória no calendário geral. Anteriormente, a liturgia ocidental – influenciada pelos escritos de são Gregório Magno e pela identidade de nome – confundira numa só pessoa Maria de Betânia, denominada a pecadora, e Maria de Magdala. Tal identificação fora sempre recusada pela tradição da Igreja oriental e pelos escritos dos padres gregos. Com ambos está concorde agora o novo Calendário romano. Constitui pura lenda a viagem e a estada de Madalena na Gália. Segundo uma antiga tradição grega, Maria Madalena teria ido viver em Éfeso junto à Mãe de Jesus e ao apóstolo João” (Mario Sgarbosa – Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas). 

Pe. João Bosco Vieira Leite

16º Domingo do Tempo Como – Ano B

(Jr 23,1-6; Sl 22[23]; Ef 2,13-18; Mc 6,30-34)*

1. No domingo anterior meditávamos sobre o aspecto missionário do nosso ser cristão, a partir do envio dos apóstolos. Nesse domingo a atenção se volta para o pastor. Tudo indica que na composição da Liturgia da Palavra desses domingos haja uma intenção de nos levar a refletir sobre como nasce e se desenvolve uma comunidade cristã.

2. Mesmo sendo um texto breve, de uma travessia, várias reflexões nos são possíveis. Os apóstolos estão de volta da missão. Em torno a Jesus, eles relatam tudo que tinham feito e ensinado. Felizes, mas também cansados, recebem de Jesus um convite para descasar um pouco. Temos aqui uma breve visão do dia a dia de Jesus.

3. O descanso parece durar o tempo de uma travessia, pois a multidão já os esperava na outra margem. Isso nos leva a pensar que foram remando devagar ou parando por alguma hora para pescar. Ao ver a multidão, que o espera, Jesus não se irrita pelo descanso interrompido, mas recomeça com calma a ensinar ao povo.

4. É esse olhar e atitude de Jesus que será nosso ponto de reflexão. Nosso olhar se volta aos pastores, mas de modo que seja ouvido e seja útil também às ovelhas. Esse discurso aos pastores começa na 1ª leitura com Jeremias, e começa num tom ameaçador.

5. Mas as palavras finais nos conduzem ao Evangelho à figura do pastor prometido que se concretiza em Jesus, em sua ação exemplar. Aqui percebemos o seu cuidado para com as multidões e para com os futuros pastores. Como um bispo com seu clero, sem esquecer do resto do rebanho.

6. No Evangelho de Marcos estamos iniciando seção que se desenvolve da saída da Galileia até a ida a Jerusalém, onde Jesus empreende a formação dos seus discípulos, para darem continuidade a sua missão, após a sua morte; a serem animadores e pastores das comunidades.  

7. Nesse caminho Jesus alterna ‘ação’ e ‘contemplação’; o contato com as multidões e a solidão com Ele. Ensina-os a rezar e os instrui sobre os mistérios do Reino. Jesus não os trata como subalternos, mas como amigos. Desse modo, pouco a pouco, retira-lhes o ânimo inato de mercenário e cria neles a alma do pastor.

8. Desta cena de Jesus com os apóstolos, de repente se apresenta a segunda parte do Evangelho: ‘Jesus e as multidões’. Jesus não apresenta nenhuma rigidez. Ele se comove, tem compaixão. A frase de Jesus traduz um sentido de ternura infinita.

9. Essa cena culminará na multiplicação dos pães que veremos no próximo domingo na narrativa de João. Mas eles não vieram por causa disso. Vieram porque não têm ninguém a recorrer e, de surpresa, encontraram, enfim, alguém que não os despreza, mas lhes dá esperança.

10. Podemos imaginar a multidão que Jesus tinha à sua frente. Religiosamente viviam à margem da Lei que não conhecem ou não podem observar; politicamente só se pensa neles para lhes cobrar impostos e contribuições. Jesus se compadece diante de uma humanidade ‘humilhada e ofendida’ e, mais ainda, diante de sua necessidade e sua espera do Reino de Deus.

11. Jesus não faz nenhum discurso inflamado de revolta social, mas ensina-lhes muitas coisas, certamente coisas que diziam respeito ao Reino de Deus. Ele as eleva, as faz tornarem-se humanas, exatamente através da fé. Não protela o discurso do Reino para quando estivessem de barriga cheia.

12. Há muito a se refletir sobre isso; talvez alguns de nossos discursos sobre a evangelização e a promoção humana devam ser redirecionados para que sejam mais conformes a lógica do Evangelho.

13. O Evangelho nos fala de uma certa movimentação, busca, seja por parte da multidão, seja do pastor. Há ‘busca’ de ambas as partes. Procurar e oferecer-se: ninguém, com efeito, nem mesmo o Papa, é na Igreja somente pastor, mas também ovelha, e ninguém é somente ovelha, mas também pastor, isto é, responsável de algum modo pelos irmãos do Reino.

14. Muitas comunidades cristãs refloresceriam se houvesse um contato maior e o intercâmbio mais vivo entre o clero e os leigos, e se cada um pudesse experimentar a alegria de pôr a serviço o próprio carisma, seja grande ou pequeno. Enfim, não percamos de vista essa confiança sem medida em Jesus pastor. É ele que nos prepara a mesa do seu corpo e sangue. Como o salmista, expressemos nossa gratidão.

* Reflexão com base em texto de Raniero Cantalamessa.   

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 20 de julho de 2024

(Mq 2,1-5; Sl 9B[10]; Mt 12,14-21) 15ª Semana do Tempo Comum.

“Eis o meu servo, que escolhi; o meu amado, no qual coloco a minha afeição; porei sobre ele o meu Espírito,

e ele anunciará às nações o direito” Mt 12,18.

“Este texto tomado do profeta Isaias, já foi anteriormente aduzido por São Mateus, movido pelo batismo no Jordão: ‘E do céu baixou uma voz: ‘Eis meu Filho muito amado, em quem ponho minha afeição’ (Mateus 3,17). Parecia que o evangelista tinha especial empenho em provar que era Jesus o verdadeiro Filho de Deus, o amado do Pai, superior a qualquer criatura. Que motivo de gozo íntimo deve ser para nós saber que o amor que vivem o Pai e o Filho entre si, amor que, por ser tão íntimo e profundo e por ser infinito, como ato das pessoas da Trindade, não pode deixar de ser um amor substancial e pessoal: a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. É o Espírito Santo que me fará agradável ao Pai e ao Filho; e o Espírito de Deus, o que transformará minha vida por meio do amor; devo deixar-me levar pelas inspirações do Espírito Santo e devo fomentar em mim a fidelidade a essas inclinações espirituais que farão surgir o Espírito no mais íntimo de todo o meu ser, se eu me disfarçar por ser fiel e dócil a suas moções. Graças, Senhor; eu também, como Maria Santíssima, posso e devo exclamar: ‘[O Senhor] realizou em mim maravilhas!’ (Lucas 1,49)” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite

 

Sexta, 19 de julho de 2024

(Is 38,1-6.21-22.7-8; Sl Is 38; Mt 12,1-8) 15ª Semana do Tempo Comum.

“Se tivésseis compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não sacrifício’,

não teríeis condenado os inocentes” Mt 12,7.

“Era comum retirar das plantações o necessário para se alimentarem enquanto viajavam. Num destes momentos os fariseus fazem severas críticas aos discípulos de Jesus, inibindo-os nesta tarefa no sábado. A argumentação atinge o seu clímax quando Jesus revela a profundidade da lei, porém não a conheciam com profundidade. Jesus se apresenta como o servidor dessa lei e, ao mesmo tempo, Senhor dela. Misericórdia é compaixão na direção de qualquer pessoa que se acha em perigo. ‘Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia’ (Mt 5,7), e ‘Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai’ (Lc 6,36). O sacrifício estava interligado às oferendas feitas para aplacar a ira de Deus. Entre estas duas formas válidas, Jesus dá preferência à primeira. Deus queria o sacrifício de um coração verdadeiro e cheio de misericórdia. Jesus não está falando da mera piedade humanitária e nem de ações exigidas pela lei. A misericórdia, citada pelo Profeta Oseias (6,6), tem sua origem no Deus amoroso e é repetida, muitas vezes, no AT. Ela nasce no coração de Deus e permanece como prática deliciosa na vida dos seus filhos. No entender dos fariseus, os discípulos, ao pegarem espigas de milho para saciarem a fome no sábado, eram totalmente culpados. É comum ver os modernos fariseus apontarem seus dados acusatórios para determinados erros dos outros, sem enxergarem os seus próprios. Misericórdia é o que Cristo deseja como prática cristã para os seus. Há tantos anos que precisam de aconchego. Há um grito de sofrimento das pessoas à nossa volta. Uns não têm o que comer e onde morar. Outros perderam a razão de viver andam sem Deus e direção. – É sublime, Senhor, a tua misericórdia. Ela não quer ver ninguém sofrer. Em nós é a tua vontade que alivia as cargas dos sofredores. Amém” (Arnaldo Hoffmann Filho  – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite

 

Quinta, 18 de julho de 2024

(Is 26,7-9.12.16-19; Sl 101[102]; Mt 11,28-30) 15ª Semana do Tempo Comum.

“Reviverão os teus mortos e se levantarão também os meus mortos. Despertai, cantai louvores,

vós que jazeis no pó! Senhor, é orvalho de luz o teu orvalho, e a terra trará à luz os falecidos” Is 26,29.

“Este texto pertence à seção do Livro de Isaías conhecida como ‘Apocalipse de Isaías’ (caps. 24-27), que remonta à segunda metade do século VI a. C. ou um período sucessivo. O pano de fundo destes capítulos podemos procurá-lo num acontecimento verosímil da época. No texto litúrgico de hoje é proposta uma meditação sobre o modo com o qual Deus atua na História, modo que se torna lição de sabedoria e razão de esperança para aqueles que confiam na ressurreição dos mortos. [Compreender a Palavra:] As palavras do profeta apresentam dois temas principais: no começo o dos juízos de Deus e depois o da confiança na ressurreição. Serve de motivo unificador o pano de fundo sapiencial: o profeta, em nome de todo o povo, reconhece que da ação de Deus na História, dos Seus juízos, e também da tribulação e das tentativas sem sucesso, os homens aprendem a justiça e são corrigidos. A sabedoria manifesta-se, antes de mais, na espera de um acontecimento impossível aos homens, os quais, não obstante os seus esforços e apesar dos seus sofrimentos, podem somente dar à luz vento, isto é, são apenas capazes de uma vida que se esfuma e não tem consistência. Se o Senhor com o Seu orvalho luminoso pode realmente dar de novo vida à terra e luz a quantos já estão nas trevas da morte (‘Em Vós esperamos, Senhor: [...] Os teus mortos voltarão à vida’: vv. 8,19). Esta é a justiça e a paz que Deus concede aos Seus fiéis; este é o verdadeiro sucesso concedido às empresas dos homens” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de I a XVII] – Paulus).        

Pe. João Bosco Vieira Leite

Quarta, 17 de julho de 2024

(Is 10,5-7.13-16; Sl 93[94]; Mt 11,25-27) 15ª Semana do Tempo Comum.

“Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: ‘Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra,

porque escondestes estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos’” Mt 11,25.

“O verdadeiro conhecimento de Jesus e do Pai não se adquire através de estudos e pesquisas teóricas. Ele é oferecido como dom livre e gratuito. Neste âmbito, pessoas tidas como sábias e doutas perdem para os pequeninos. Os sábios, pensando poder conhecer Deus por si mesmos, correm o risco de criar um deus à sua imagem e semelhança, com todas as limitações humanas. Enquanto isso, os pequeninos, conscientes de suas limitações, dependem unicamente de Deus para conhecê-lo. Ser sábio ou pequenino nada tem a ver com a condição social ou econômica. Trata-se, isto sim, de modos de posicionar-se diante de Deus e de seu Filho Jesus. É este quem revela a identidade do Pai a quem ele quer, na medida em que a pessoa esteja disponível para tornar-se discípula. As palavras de Jesus, especialmente suas parábolas, oferecem pistas para a compreensão do Pai. Por outro lado, este pode ser conhecido mediante o modo de ser e agir de Jesus. A misericórdia do Filho é expressão da misericórdia do Pai. Seu respeito pelos pobres e marginalizados, sua atitude de valorizar as mulheres e as crianças, seu esforço para libertar o ser humano de toda sorte de escravidão revelam o profundo amor de Deus pela humanidade. Portanto, é na contemplação de Jesus e no seguimento de seus passos que o discípulo tem acesso ao Pai – Senhor Jesus, que, ao contemplar-te, eu possa conhecer o Pai e reconhecer em ti a expressão desse amor divino e misericordioso pela humanidade” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).  

Pe. João Bosco Vieira Leite

Terça, 16 de julho de 2024

(Zc 2,14-17; Sl Lc 1; Mt 12,46-50) Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.

“Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor” Zc 2,14.

“Zacarias exerceu sua missão profética por volta de 518 a.C. Os judeus exilados em Babilônia voltavam para a terra da promessa. Contudo, ao retornarem, encontraram uma situação lamentável: as cidades estavam em ruínas, os campos abandonados e o Templo incendiado. Diante do horror, o sentimento geral era de impotência e descrença. Impotência perante a ganância e a violência dos grandes impérios. Descrença em relações ao Senhor e suas promessas de justiça e paz. Como poderiam crer, cultivar a esperança? Zacarias, então, recorda-lhes a promessa divina: ‘Alegra-te, Sião, pois eu venho habitar no meio de ti’ (Zc 2,11-17). Seria oportuno, hoje rezaremos pelas cidades – por estas em que vivemos e por todas deste país, e também por todos os seus habitantes. Afinal, nossas cidades também carecem de salvação. De alguma forma, elas também se encontram em ruínas, a injustiça e a violência parecem aumentar a cada dia, e os valores morais parecem cada vez mais esquecidos e desprezados. Não por acaso que muita gente anda cansada e descrente. A promessa de que o Senhor vive em nosso meio deve encher-nos de confiança. E isto, certamente, não é um simples conforto. Basta lançar um olhar mais profundo sobre as cidades e encontraremos um pequeno resto, temente fiel a Deus – ou, simplesmente, fiel ao ser humano –, que, movido por sincera compaixão e solidariedade, busca reconstruir as cidades e o convívio saudável entre seus habitantes. Rezemos, pois, pelos que sofrem; louvemos a Deus pelos que trabalham, e coloquemo-nos à disposição para contribuir com a saúde do lugar que habitamos – As cidades de Judá exultam por tuas sentenças, ó Javé. Sim, porque Javé ama quem detesta o mal; Ele protege a vida dos seus fiéis e os liberta da mão dos injustos. A luz se levanta para o justo, e a alegria para os corações retos. Justos, alegrem-se com Javé, e celebrem sua memória santa! (Sl 97,8-12)” (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite

Segunda, 15 de julho de 2024

(Is 1,10-17; Sl 49[50]; Mt 10,34—11,1) 15ª Semana do Tempo Comum.

“Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada” Mt 10,34.

“Existem palavras de Jesus que ressoam como vergastadas e estalam no ar das consciências adormecidas ou acomodadas dos cristãos; frases que, mesmo prescindindo do contexto histórico e do lugar onde foram pronunciadas, soam difíceis em sua interpretação, por serem audazes e exigentes. Nenhuma palavra do Senhor deve ser interpretada isolada do contexto geral, mas dentro da tônica dominante em seu evangelho. Jesus não prega jamais a guerra contra o outro, a guerra que empunha a espada, o fuzil, a metralhadora, a bomba, a inveja, a opressão, a injustiça. Nenhuma dessas armas prega o Senhor, manda, sim, embainhar a espada: ‘Todos aqueles que usarem da espada pela espada morrerão’ (Mateus 26,52); manda perdoar as ofensas: ‘até setenta vezes sete’ (Mateus 18,22). A guerra que Jesus vem trazer é a guerra contra nós mesmos, contra nossas más inclinações, contra nosso egoísmo, nossa sensualidade, nosso orgulho, nossa preguiça e comodidade, nossa avareza, contra tudo isso tão arraigado no mais profundo de nossa natureza pecadora. Estar em guerra contra nós mesmos, para poder ser amáveis, justos e bondosos com os outros. A doutrina evangélica não só provocará contradições da parte dos seus inimigos, mas será ocasião de divisões até mesmo entre os próprios parentes; não faltarão os que resistam a abandonar os vícios e a acomodar suas vidas aos princípios evangélicos. Até mesmo os laços mais sagrados ficarão rompidos, ao declararem-se uns a favor e outros contra Jesus Cristo. Cristo é: ‘o Príncipe da Paz’ (Isaías 9,5). Veio estabelecer a paz no meio dos homens; assim o anunciaram já os homens; assim o anunciaram os anjos sobre a gruta de Belém (Lucas 2,14)” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite

15º Domingo do Tempo Comum – Ano B

(Am 7,12-15; Sl 84[85]; Ef 1,3-14; Mc 6,7-13)*

1. Em nosso Evangelho, Jesus toma a inciativa de enviar os doze apóstolos em missão. Com efeito, o termo ‘apóstolo’ significa precisamente ‘enviado, mandado’. Mas a vocação dos mesmos realiza-se plenamente depois da Ressurreição de Cristo, mediante o dom do Espírito Santo no Pentecostes.

2. No entanto, é muito importante que desde o início Jesus queira comprometer os Doze em sua obra: trata-se de uma espécie de ‘estágio’ em vista da grande responsabilidade que os espera.

3. O fato de que Jesus chame alguns discípulos a colaborar diretamente para a sua missão, manifesta um aspecto do seu amor: ou seja, Ele não desdenha a ajuda que outros podem oferecer à sua obra; conhece os seus limites, as suas debilidades, mas não os despreza; aliás, confere-lhes dignidade de ser seus enviados.

4. Jesus envia-os dois a dois e dá-lhes as instruções que o Evangelista resume em poucas frases. A primeira diz respeito ao espírito de desapego: os apóstolos não devem viver apegados ao dinheiro e à comodidade.

5. Depois Jesus avisa os discípulos que nem sempre receberão um acolhimento favorável: às vezes serão rejeitados; aliás, poderão ser até perseguidos, como Amós na 1ª leitura. Ser fiel ao que Deus diz e não ao que as pessoas gostariam de ouvir. É este o permanente mandado da Igreja: a verdade e a justiça, mesmo que vá contra os aplausos e contra o poder humano.

6. Mas isto não os deve impressionar: eles devem falar em nome de Jesus e pregar o Reino de Deus, sem se preocupar em alcançar sucesso. Sucesso? O sucesso deixam-no a Deus. Devem seguir adiante.

7. O gesto de sacudir a poeira dos pés, exprime o desapego em dois sentidos: o desapego moral – como dizer: o anúncio vos foi comunicado, sois vós que o rejeitais – e o desapego material – não quisemos e não queremos nada para nós mesmos.

8. A outra indicação muito importante é que os Doze não podem contentar-se com pregar a conversão: segundo a instruções e o exemplo de Jesus, a pregação deve ser acompanhada da cura dos doentes. Cura corporal e espiritual dos doentes.

9. Fala das curas concretas das doenças, fala da expulsão de demônios, ou seja, da purificação da mente humana, da limpeza, limpeza dos olhos e da alma que são obscurecidos pelas ideologias e por isso não pode ver a Deus, não conseguem ver a verdade e a justiça.

10. A missão apostólica deve abranger sempre os dois aspectos de pregação da Palavra de Deus e de manifestação da sua bondade mediante gestos de caridade, de serviço e de dedicação.

11. O Senhor chama a todos, distribuindo vários dons para diversas tarefas na Igreja. Chama ao sacerdócio e à vida consagrada, e chama ao matrimônio e ao compromisso como leigos na própria Igreja e na sociedade. São caminhos complementares que se iluminam reciprocamente, que se enriquecem de forma mútua e, juntas, enriquecem a comunidade. Tenhamos essa compreensão e consciência de que somos também chamados e enviados.

* Com base em texto de Bento XVI.   

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sábado, 13 de julho de 2024

(Is 6,1-8; Sl 92[93]; Mt 10,24-33) 14ª Semana do Tempo Comum.

“Ouvi a voz do Senhor, que dizia: ‘Quem enviarei? Quem irá por nós?’ Eu respondi: ‘Aqui estou! Envia-me’”

Is 6,8.

“A narração da vocação do profeta não está no início do Livro de Isaias (os primeiros cinco capítulos representam, à maneira de prefácio, uma espécie de resenha antológica dos temas da sua pregação), mas está situada somente no capítulo 6, no qual faz de introdução ao ‘Livro do Emanuel’ (caps. 7-12), ou seja, à secção do escrito de Isaias dedicado principalmente à relação do profeta com a vida pública, com a figura do rei. De fato, como afirma claramente a narração da vocação, só Deus é o ‘rei de Israel’ (v. 51), o rei absoluto. [Compreender a Palavra:] Em 740 a.C. o rei Ozias morreu de lepra, a doença impura por antonomásia, por ter arrogantemente violado a santidade divina, permitindo ao povo sacrificar o oferecer incenso a outros deuses (cf. 2Rs 15,5). Como que em contraposição à atitude do rei, Isaias tem uma visão em que são colocadas em evidência a transcendência e a absoluta majestade de Deus. perante a tremenda alteridade de JHWH, expressa pelo superlativo, ‘Santo, santo, santo’, isto é, ‘santíssimo’ (v. 3), pela atitude de reverência com a qual os serafins cobrem o rosto e o corpo na Sua presença, e pelo fumo que esconde o que é divino ao olhar, a reação do homem é o humilde reconhecimento do abismo de pecado que a separa do Senhor. A menção dos ‘lábios impuros’ (v. 5) indica a consciência, por parte de Isaias, da sua indignidade em participar na liturgia dos serafins. Mas Deus tapa o abismo purificando com fogo os lábios do profeta, mediante os serafins, seres de fogo (à letra: ‘os ardentes’). Agora o profeta, purificado, pode responder à pergunta divina e oferecer-se para ser enviado: ‘Eis-me aqui: podeis enviar-me’” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de I a XVII] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite

 

Sexta, 12 de julho de 2024

(Os 14,2-10; Sl 50[51]; Mt 10,16-23) 14ª Semana do Tempo Comum.

“Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes

e simples como as pombas” Mt 10,16.

“Continuamos meditando as palavras do evangelho, que nos recordam a necessidade de sermos enviados pelo Senhor, de sermos seus apóstolos. Que ele precisa continuar sua obra de salvação no mundo, ‘pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido’ (Lucas 19,10); ‘não vim para condenar o mundo, mas para salvá-lo’ (João 12,47). Os continuadores dessa obra de salvação do mundo somos nós, por expressa e amorosa escolha de Jesus. Teremos de encontrar dificuldades, que o Senhor expressa ou denomina com o apelido de ‘lobos’; porém, superando a força das adversidades e dos inimigos, sentiremos a ajuda de Deus. A pregação do evangelho provocará o ódio ou pelo menos o desprezo de todos aqueles que não são de Cristo, mas há de ser para nós motivo de grande consolo saber que somos perseguidos, odiados ou menosprezados, ou tidos em menor consideração por amor ao Senhor. Já os primeiros cristãos foram escarnecidos pelo nome de Jesus Cristo, como no-lo recorda São Pedro: ‘Se fordes ultrajados pelo nome de Cristo, bem-aventurados sois vós, porque o Espírito de Deus, repousa sobre vós’ (1Pedro 4,14). ‘Que ninguém de vós sofra como homicida, ou ladrão, ou difamador, ou cobiçador do alheio. Se, porém, padecer como cristão, não se envergonhe; pelo contrário, glorifique a Deus por ter este nome’ (1Pedro 4,15-16). Apesar de todas as dificuldades e oposições, nós devemos manter-nos perseverantes e firmes na fé e no amor, na justiça e na santidade de vida” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite

Quinta, 11 de julho de 2024

(Os 11,1-4.8-9; Sl 79[80]; Mt 10,7-15) 14ª Semana do Tempo Comum.

“Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’” Mt 10,7.

“Os discípulos foram enviados com a tarefa de dar continuidade à missão de Jesus. A dupla face do messianismo do Filho de Deus se expressaria no ministério dos apóstolos. Não somente com palavras, mas também com obras, eles se poriam a serviço do Reino. Aos apóstolos competia proclamar a chegada do Reino dos Céus, na pessoa de Jesus. Nada nem ninguém jamais o desviou do caminho traçado pelo Pai. Somente ao querer do Pai ele se submeteu. Jamais cedeu a qualquer tipo de tentação. Por isso, o Reino dos Céus se encarnou em sua pessoa e ação. Este evento deveria ser proclamado a todos os povos. Por outro lado, como sucedeu com Jesus, a pregação dos apóstolos encontraria apoio nos milagres realizados por eles. Os quatro milagres apontados relacionam-se com a proteção da vida humana da investida das doenças, da morte e dos espíritos impuros. O ministério apostólico, portanto, estava destinado a colocar-se a serviço da vida. Onde esta fosse defendida, restaurada ou garantida, aí estaria acontecendo o milagre do Reino, cuja presença seria historicamente perceptível. A vida de Jesus é o ponto de referência da ação do apóstolo. A fidelidade à missão acontece na medida em que realmente o Filho de Deus continua atuando na pessoa de seus enviados. – Senhor Jesus, dá-me coragem suficiente para levar adiante tua missão, proclamando a chegada do Reino e colocando-me a serviço da vida (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite