Sexta, 28 de outubro de 2022

(Ef 2,19-22; Sl 18[19ª]; Lc 6,12-19) 

Santos Simão e Judas.

“Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal” Ef 2,20.

“Simão, o mais desconhecido dos 12 apóstolos – a respeito do qual o Evangelho se limita a indicar o nome e a alcunha de ‘Zelota’ –, teve o mérito de ter trabalhado pela propagação da mensagem evangélica, não em vista de um lugar de honra, mas para o triunfo do Reino de Deus sobre a terra. Antigas tradições suprem a falta de notícias. Os bizantinos identificam-no com Natanael, de Caná, e com o ‘mestre-sala’ durante as bem conhecidas bodas, quando Jesus transformou a água em vinho. Simão é ainda identificado com o primo do Senhor, irmão de são Tiago Menor, ao qual sucedeu como bispo de Jerusalém, nos anos da destruição da Cidade Santa pelos romanos. Os armênios sustentam que ele difundiu o Evangelho em sua região, onde teria sofrido o martírio. Seja como for, seu campo missionário é deduzido dos lendários ‘Atos de Simão e Judas’, segundo os quais os dois apóstolos percorreram juntos as 12 províncias do Império Persa. Também no Ocidente os dois apóstolos aparecem sempre juntos. Em Veneza é dedicada a ambos a igreja de São Simão Pequeno. O apóstolo Judas (‘não o Iscariotes’, apressa-se em precisar o evangelista João) é considerado pelos galileus ‘irmão’ (isto é, primo) de Jesus. Eles se perguntam, espantados com o grande barulho que se fazia em torno da figura do Nazareno: ‘Não é este o carpinteiro... irmão de Tiago [...], Judas?’. É provável, segundo alguns exegetas, que Judas seja o esposo das Bodas de Caná. O primeiro a fazer tal suposição foi o historiador Eusébio, para explicar sua presença como missionário na Arábia, na Síiria, na Mesopotâmia e na Pérsia. Sempre segundo a tradição, teria sofrido martírio em Arado ou em Beirute. Ele ainda é identificado com o autor da carta canônica que leva seu nome, um breve escrito de 25 versículos, no qual lança uma severa advertência contra os falsos doutores e convida à perseverança na fé genuína” (Mario Sgarbosa – Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas).       

  Pe. João Bosco Vieira Leite