(Ef 2,19-22; Sl 18[19ª]; Lc 6,12-19)
Santos Simão e Judas.
“Vós fostes
integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o
próprio Jesus Cristo como pedra principal” Ef 2,20.
“Simão, o mais
desconhecido dos 12 apóstolos – a respeito do qual o Evangelho se limita a
indicar o nome e a alcunha de ‘Zelota’ –, teve o mérito de ter trabalhado pela
propagação da mensagem evangélica, não em vista de um lugar de honra, mas para
o triunfo do Reino de Deus sobre a terra. Antigas tradições suprem a falta de
notícias. Os bizantinos identificam-no com Natanael, de Caná, e com o
‘mestre-sala’ durante as bem conhecidas bodas, quando Jesus transformou a água
em vinho. Simão é ainda identificado com o primo do Senhor, irmão de são Tiago
Menor, ao qual sucedeu como bispo de Jerusalém, nos anos da destruição da
Cidade Santa pelos romanos. Os armênios sustentam que ele difundiu o Evangelho
em sua região, onde teria sofrido o martírio. Seja como for, seu campo
missionário é deduzido dos lendários ‘Atos de Simão e Judas’, segundo os quais
os dois apóstolos percorreram juntos as 12 províncias do Império Persa. Também
no Ocidente os dois apóstolos aparecem sempre juntos. Em Veneza é dedicada a
ambos a igreja de São Simão Pequeno. O apóstolo Judas (‘não o Iscariotes’,
apressa-se em precisar o evangelista João) é considerado pelos galileus ‘irmão’
(isto é, primo) de Jesus. Eles se perguntam, espantados com o grande barulho
que se fazia em torno da figura do Nazareno: ‘Não é este o carpinteiro... irmão
de Tiago [...], Judas?’. É provável, segundo alguns exegetas, que Judas seja o
esposo das Bodas de Caná. O primeiro a fazer tal suposição foi o historiador
Eusébio, para explicar sua presença como missionário na Arábia, na Síiria, na
Mesopotâmia e na Pérsia. Sempre segundo a tradição, teria sofrido martírio em
Arado ou em Beirute. Ele ainda é identificado com o autor da carta canônica que
leva seu nome, um breve escrito de 25 versículos, no qual lança uma severa
advertência contra os falsos doutores e convida à perseverança na fé genuína” (Mario Sgarbosa
– Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente –
Paulinas).