Sábado, 15 de outubro de 2022

(Ef 1,15-23; Sl 8; Lc 12,8-12) 

Santa Tereza de Ávila.

“Desde que soube da vossa fé no Senhor Jesus e do vosso amor para com todos os santos, não cesso de dar graças a vosso respeito quando me lembro de vós em minhas orações” Ef 1,15-16.

“Teresa, como nenhuma outra mulher, descreveu suas experiências com Deus numa imagem clara e imediata. Ela escreve com humor e espiritualidade. Narra as circunstâncias concretas da construção dos mosteiros. E está sempre escrevendo sobre o caminho espiritual da oração interna com uma clareza e uma simplicidade que sempre fascinaram as pessoas. Quando a jovem filósofa Edith Stein leu o livro de Teresa a respeito da fundação de mosteiros, ela soube: ‘Eis a verdade’. É célebre a frase que Teresa escreveu num papelote que sempre trazia consigo: ‘Nada te deve angustiar, nada assustar, tudo passa. Só Deus permanece o mesmo. A paciência tudo alcança. A quem Deus possui nada lhe falta; Deus só basta’. ‘Solo Dios basta’. Muitas vezes se interpretou essa frase como se o ser humano dependesse apenas de Deus e de mais nada. Mas Teresa não entende a frase asceticamente. Ela mostra em sua própria vida que não precisou apenas de Deus, mas também das pessoas. Com razão as pessoas a chamaram de ‘santa amizade’. A frese espanhola ‘Solo Dios basta’ seria melhor traduzida como: ‘Só Deus basta’. Com isso Teresa quer dizer: o ser humano tem em si um anseio tão grande que apenas Deus pode satisfazê-lo. Apenas Deus é grande o suficiente para preencher a amplidão do coração humano. O coração humano também precisa da amizade. Mas nenhuma pessoa pode encher totalmente o coração humano” (Anselm Grüm – 50 Santos – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite