(Ef 1,15-23; Sl 8; Lc 12,8-12)
Santa Tereza de Ávila.
“Desde que soube da
vossa fé no Senhor Jesus e do vosso amor para com todos os santos, não cesso de
dar graças a vosso respeito quando me lembro de vós em minhas orações” Ef 1,15-16.
“Teresa, como nenhuma
outra mulher, descreveu suas experiências com Deus numa imagem clara e
imediata. Ela escreve com humor e espiritualidade. Narra as circunstâncias
concretas da construção dos mosteiros. E está sempre escrevendo sobre o caminho
espiritual da oração interna com uma clareza e uma simplicidade que sempre
fascinaram as pessoas. Quando a jovem filósofa Edith Stein leu o livro de
Teresa a respeito da fundação de mosteiros, ela soube: ‘Eis a verdade’. É
célebre a frase que Teresa escreveu num papelote que sempre trazia consigo:
‘Nada te deve angustiar, nada assustar, tudo passa. Só Deus permanece o mesmo.
A paciência tudo alcança. A quem Deus possui nada lhe falta; Deus só basta’.
‘Solo Dios basta’. Muitas vezes se interpretou essa frase como se o ser humano
dependesse apenas de Deus e de mais nada. Mas Teresa não entende a frase
asceticamente. Ela mostra em sua própria vida que não precisou apenas de Deus,
mas também das pessoas. Com razão as pessoas a chamaram de ‘santa amizade’. A
frese espanhola ‘Solo Dios basta’ seria melhor traduzida como: ‘Só Deus basta’.
Com isso Teresa quer dizer: o ser humano tem em si um anseio tão grande que
apenas Deus pode satisfazê-lo. Apenas Deus é grande o suficiente para preencher
a amplidão do coração humano. O coração humano também precisa da amizade. Mas
nenhuma pessoa pode encher totalmente o coração humano” (Anselm Grüm
– 50 Santos – Loyola).