(Ef 4,7-16; Sl 121[122]; Lc 13,1-9)
29ª Semana do Tempo Comum.
“Naquele tempo,
vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que
Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com os sacrifícios que
ofereciam” Lc 13,1.
“Jesus nos mostra
como devemos julgar os fatos históricos na cena de Lucas 13,1-9. O povo conta
as últimas notícias: catástrofes políticas e infortúnios que ninguém entende.
Pilatos mandou matar uns galileus que estavam querendo oferecer sacrifícios no
templo. A torre de Siloé desabou e dezoito pessoas morreram. Nos dois casos a
resposta de Jesus é a mesma: ‘Pensais que somente estes galileus eram
pecadores, porque isso aconteceu com eles, e os demais galileus não pecam? Não,
eu vo-lo digo; e todos padecereis do mesmo modo, se não vos converterdes’ (Lc
13,2s). Jesus alude à teologia dos fariseus, que em todo o desastre via um
castigo pelos pecados. Mas não a confirma. E em vez de se envolver numa
discussão teológica sobre o porquê do acontecido, faz os informantes olharem
para si mesmos. Não se trata dos outros, e sim de nós mesmos. Pereceremos
igualmente, se não mudarmos o nosso pensamento. Quando acontecem catástrofes
não devemos perguntar ‘por que?’. Devemos entende-las como interrogação a nós
mesmos. Pode nos acontecer a mesma coisa, por exemplo, que as vítimas das
catástrofes de Eschede e Kaprun. Somos questionados: o que é que nos faz viver?
Que sentido tem a nossa vida? Não temos nenhuma garantia de uma vida longa e
com saúde. Não é evidente que a nossa vida terá bom êxito. O pressuposto para
um bom êxito da nossa vida é a conversão. Conversão significa constatar
primeiramente que me afastei de Deus, que meu modo de pensar não contava com
Deus. E depois conversão significa ver a minha vida à luz de Deus, entende-la
em função de Deus; significa olhar por trás das coisas e reconhecer Deus como o
verdadeiro fim e o fundamento sólido da minha vida. Conversão, porém, não é
somente enxergar e reconhecer, é também decidir. Tomo a decisão de viver de
outra maneira, de viver de uma maneira que corresponda à vontade de Deus e à
minha própria essência” (Anselm Grüm – Jesus, modelo do ser
humano – Loyola).
Pe. João
Bosco Vieira Leite