Sábado, 29 de outubro de 2022

(Fl 1,18-26; Sl 41[42]; Lc 14,1.7-11) 

30ª Semana do Tempo Comum.   

“Porque quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado” Lc 14,11

“Durante muito tempo, pensei que havia alguma oposição entre o amor por si mesmo e a virtude cristã da humildade. Minha antiga forma de compreender a humildade exigia alguém que negasse resolutamente qualquer coisa boa em sua pessoa e focalizasse toda a sua atenção consciente em seus defeitos e fracassos. Porém, mesmo quando pensava assim, sentia que era um curso de autodestruição psicológica. Por isso fiquei encantado ao descobrir que um dos patriarcas da Igreja, santo Ambrósio, bispo de Milão no final do século IV, tinha uma ideia muito diferente de humildade. Propunha que a ‘expressão perfeita da humildade’ fosse procurada no magnificat de Maria, mãe de Jesus. Segundo os Evangelhos, a situação era a seguinte: Elizabeth, prima de Maria, estava prestes a dar à luz João Batista. Era um costume judeu que todas as parentas visitassem a mãe grávida na hora do parto, oferecendo-lhe ajuda. Suspeito que, além de querer ajudar, Maria também devia estar ansiosa para compartilhar com a prima o segredo de seu ventre. De qualquer forma, logo depois da anunciação feita pelo anjo, Maria partiu em viagem de Nazaré até Ain Karin, um subúrbio a sudoeste de Jerusalém, a 120 quilômetros de distância de sua casa. Quando Maria chegou, Elizabeth ficou surpresa: ‘Por que deveria caber-me tal honra, que a mãe do meu Senhor venha me visitar?’ Maria, bem podemos imaginar, é envolvida pelos braços amorosos da prima e explica: ‘Minha alma exalta o Senhor, e meu espírito se encheu de júbilo por causa de Deus, meu Salvador, porque ele pôs os olhos sobre a sua humilde serva. Sim, doravante todas as gerações me proclamarão bem-aventurada, porque o Todo-poderoso fez por mim grandes coisas: santo é seu Nome’ (Lc 1,46-49)” (Jonh Powell, sj – As Estações do Coração – Loyola).  

 Pe. João Bosco Vieira Leite