(Fl 1,18-26; Sl 41[42]; Lc 14,1.7-11)
30ª Semana do Tempo Comum.
“Porque quem se eleva
será humilhado e quem se humilha será elevado” Lc 14,11
“Durante muito tempo,
pensei que havia alguma oposição entre o amor por si mesmo e a virtude cristã
da humildade. Minha antiga forma de compreender a humildade exigia alguém que
negasse resolutamente qualquer coisa boa em sua pessoa e focalizasse toda a sua
atenção consciente em seus defeitos e fracassos. Porém, mesmo quando pensava
assim, sentia que era um curso de autodestruição psicológica. Por isso fiquei
encantado ao descobrir que um dos patriarcas da Igreja, santo Ambrósio, bispo
de Milão no final do século IV, tinha uma ideia muito diferente de humildade.
Propunha que a ‘expressão perfeita da humildade’ fosse procurada no magnificat
de Maria, mãe de Jesus. Segundo os Evangelhos, a situação era a seguinte:
Elizabeth, prima de Maria, estava prestes a dar à luz João Batista. Era um
costume judeu que todas as parentas visitassem a mãe grávida na hora do parto,
oferecendo-lhe ajuda. Suspeito que, além de querer ajudar, Maria também devia
estar ansiosa para compartilhar com a prima o segredo de seu ventre. De
qualquer forma, logo depois da anunciação feita pelo anjo, Maria partiu em
viagem de Nazaré até Ain Karin, um subúrbio a sudoeste de Jerusalém, a 120
quilômetros de distância de sua casa. Quando Maria chegou, Elizabeth ficou
surpresa: ‘Por que deveria caber-me tal honra, que a mãe do meu Senhor venha me
visitar?’ Maria, bem podemos imaginar, é envolvida pelos braços amorosos da
prima e explica: ‘Minha alma exalta o Senhor, e meu espírito se encheu de
júbilo por causa de Deus, meu Salvador, porque ele pôs os olhos sobre a sua
humilde serva. Sim, doravante todas as gerações me proclamarão bem-aventurada,
porque o Todo-poderoso fez por mim grandes coisas: santo é seu Nome’ (Lc
1,46-49)” (Jonh Powell, sj – As Estações do Coração –
Loyola).