(Ef 3,14-21; Sl 32[33]; Lc 12,49-53)
29ª Semana do Tempo Comum.
“Vós pensais que eu
vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer
divisão” Lc 12,51.
“O tempo que se
inaugura com a presença de Jesus no mundo não é tempo de comodidade, mas de
esforço, luta e decisão. O tempo da paz virá depois. O trabalho e o esforço
(luta em sentido amplo) pela instauração do Reino de Deus provocam a divisão
dos homens, uma vez que uns se lançam decididamente à instauração, no mundo, da
justiça, da verdade, do amor e da paz, enquanto outros dificultam também
decididamente essa ação. Chegou o momento das decisões. Não existe lugar para a
neutralidade. A decisão, a favor ou contra Jesus, quebrará a paz no próprio
seio das famílias; nem toda paz é aceitável: existe uma diferença muito grande
entre a paz da indecisão ou da neutralidade, nem a paz da aceitação de um
‘status quo’ injusto e opressor, nem a paz que provenha do querer
comprometer-se com a própria ação e a própria vida para o advento do Reino de
Deus, esperando que sejam outros aqueles que se queimem, ou sejam talvez anjos
de Deus os que venham fazê-lo. – Vivência: Não interprete mal
este evangelho. Jesus veio para trazer a guerra contra nós mesmos, contras
nossos instintos, contra nossas paixões, contra nosso orgulho e egoísmo, mas
não veio para trazer-nos a guerra com os outros. Se conosco devemos ser
exigentes, com os outros devemos mostrar-nos tolerantes; se conosco devemos ser
duros, com os outros devemos ser suaves; se conosco devemos ser difíceis em
achar justificativas para nossas ações, com os outros devemos ser
compreensivos. Guerra contra nós mesmos, paz com os outros; guerra contra nós
mesmos, não permitindo certas reações que poderão ser muito naturais, mas que
por isso mesmo são muito pouco sobrenaturais; paz para com os outros,
oferecendo-lhes sempre bondade, doçura, amabilidade e boas maneiras. Exija de
você mesmo sempre mais, mas não seja exigente para com os outros, pois você
desconhece suas possibilidades” (Alfonso Milagro – O
Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe. João
Bosco Vieira Leite