(1Rs 21,17-29; Sl 50[51]; Mt 5,43-48)
11ª Semana do Tempo Comum.
“Portanto, sede
perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” Mt 5,48.
“A exigência de amar
os inimigos revolucionou a mentalidade dos discípulos do Reino. O AT
recomendava agir com deferência em relação aos inimigos, mormente em certas
circunstâncias especiais. A Lei obrigava a reconduzir o boi do inimigo, caso se
tivesse desgarrado da manada. Ao inimigo faminto e sedento, dever-se-ia dar
comida e bebida. Ninguém poderia alegrar-se com a aqueda do inimigo. No
entanto, não encontramos aí um ensinamento preciso acerca do amar os inimigos.
Jesus deu um passo considerável em relação à tradição judaica. O amor evangélico
supera o nível de puro sentimento ou o da relação de amizade. Amar consiste em
estabelecer uma comunhão profunda com o outro, tornar-se seu intercessor junto
do Pai – ‘Orai por aqueles que vos perseguem e caluniam’ –, deseja-lhe, ao
saudá-lo, um shalom pleno, ou seja, saúde, prosperidade e bem-estar, e implorar
para ele as bênçãos divinas – ‘Bendizei aqueles que vos maldizem’. O amor
recusa-se a nutrir desejos de vingança contra o inimigo. Antes, esforça-se
continuamente para fazer-lhe o bem. A motivação do amor ao próximo funda-se no
modo de agir do Pai. Quando se trata de fazer o bem às pessoas, ele não as
divide entre más e boas, justas e injustas, de forma a conceber benefícios a
umas e punição a outras. A perfeição do amor consiste na imitação do modo
divino de agir. Por isso, o ideal do discípulo é ser perfeito como o Pai dos
céus. – Espírito de amor perfeito, coloca-me no caminho da perfeição do
Pai, que ama a humanidade, fazendo o bem a todos os seres humanos, sem
distinção” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano
C] - Paulinas).