Sábado, 11 de junho de 2022

(At 11,21-26; 13,1-3; Sl 97[98]; Mt 10,7-13) 

10ª Semana do Tempo Comum.


“Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios.

De graça recebestes. De graça deveis dar!” Mt 10,8.

“Importante considerar que os discípulos tinham recebido o poder de fazer milagres já no início do capítulo, porém estas tarefas envolviam o cuidado, o serviço, a terapia exercida com os doentes e o consolo aos que perderam os familiares. Os leprosos, por serem considerados imundos, são mencionados com a devida atenção ao lado dos demônios, também imundos. Não temos nenhum registro de que algum discípulo tenha ressuscitado uma pessoa morta nesta turnê evangelística. O poder de fazê-lo foi estabelecido na posse de cada um, mas isto não aconteceu neste momento. Os quatro primeiros verbos foram ditos, originalmente, indicando uma ação imperativa. Eles haveriam de lidar no cuidado com os doentes, na valorização da vida, no perdão dos pecados. Isto incluiria os leprosos. Deveriam também ser constantes no aprendizado e ensinar da verdade que, por consequência natural, expulsaria a ignorância e todos os tipos de demônios. Os dois últimos verbos não estão interligados aos primeiros quatro. Isto significa que o receber e dar não faz referência direta aos dons miraculosos, mas sim a toda graça adquirida. Esta graça deveria ser distribuída sem ônus algum. Esta era a principal missão dos Doze. Há grupos extremados que concentram todos os seus esforços em curar, ressuscitar e expulsar demônios. Não se quer duvidar que Deus tenha poder para tal; no entanto, tais grupos esquecem o cuidado com os doentes, o amparo aos familiares enlutados e a educação profunda da palavra que, pela graça divina, influencia positivamente. – Dai-nos, Senhor, capacidade para cuidar e servir nossos doentes físicos, forças para levantar aqueles que estão espiritualmente mortos, lavar e limpar pecados e capacidade intelectual para abolir a ignorância. Amém” (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).   

 Pe. João Bosco Vieira Leite