Sexta, 10 de junho de 2022

(1Rs 19,9.11-16; Sl 26[27]; Mt 5,27-32) 

10ª Semana do Tempo Comum.


“Ouviste o que foi dito: não cometerás adultério’” Mt 5,27.

“Na perspectiva de Jesus, a maneira como se encarava o 6º mandamento do Decálogo era insuficiente. Considerava-se o adultério como uma espécie de injustiça cometida contra uma propriedade alheia, um atentado ao bem mais precioso de um homem: sua mulher. O casamento era a uma transação de compra e venda, pela qual um homem adquiria uma mulher como esposa, a qual passava a fazer parte de seus bens. O respeito pela mulher do próximo, portanto, colocava-se no contexto de respeito ao conjunto de seus bens. O mandamento assim interpretado fundava-se na coisificação da mulher, cuja dignidade não era reconhecida. Colocada no rol dos bens do marido, ela se via privada da igualdade com o homem, o que não corresponde ao desejo do Criador. Assim, Jesus viu-se forçado a opor-se a isso, pois era contrário ao projeto do Pai. A exigência do Mestre recupera o respeito pela mulher, enquanto ser humano. O discípulo do Reino é exortado a olhar para a mulher do próximo com pureza de coração, sem se deixar envolver pelo desejo de possuí-la. Caso isto aconteça, infringirá o mandamento de Deus, a partir do momento em que consentir nos pensamentos libidinosos. Enquanto seus contemporâneos preocupavam-se com o ato exterior do adultério, Jesus preocupava-se com o ato interior, onde tem início o desrespeito ao mandamento divino. – Espírito que dignifica, reforça no coração de todos o sentimento de respeito ao ser humano, especialmente às mulheres, cuja dignidade é vilipendiada, sem escrúpulos (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite