Sábado, 25 de junho de 2022

(Is 61,9-11; Sl 2; Lc 2,41-51) 

Imaculado Coração de Maria.

“Jesus respondeu: ‘Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa do meu Pai?’” Lc 2,49.

“[...] Maria começa a compreender por experiência pessoal que a sua separação do Filho não ´sinal de afastamento, mas indício de uma nova relação. Há, contudo, um aspecto válido para qualquer mãe (e pai) se o filho tem de saber acolher com respeito e devoção os pais e o seu amor, os pais têm de saber que o seu filho tem um destino que eles não podem predeterminar. Eles podem-no sonhar à sua imagem, mas no fim de contas, têm de o acolher como ele é, com seus dotes específicos e com a sua vocação. Saber aceitar é sinal de amor. Dominar ou considerar o filho (ou a mulher ou o marido) como propriedade privada é sinal, pelo contrário, de egoísmo e mesquinhez. ‘É preciso que ele cresça e eu diminua’: palavra de João Batista que são também as palavras de Maria e daqueles pais que compreendem a função e os limites da sua missão. Maria está agora diante de nós como aquela que caminha no mistério do Filho, passando de segredo em segredo, de surpresa em surpresa. Alguns escritores orientais pensam que a fé de Maria era imperfeita. Na realidade, por sua natureza, a fé, mesmo na plenitude, permanece sempre ‘fundamento das coisas que se esperam e prova daquelas que não se veem’ (Hb 12,1). Está, portanto, ligada à esperança e ao ‘não ver’, admite a dialética, introduz a pessoa na luz, mas também na obscuridade” (Gianfranco Ravasi – Os Rostos de Maria – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite