Segunda, 6 de junho de 2022

(Gn 3,9-15.20; Sl 86[87]; Jo 19,25-34) Maria, Mãe da Igreja.

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela.

Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” Jo 19,15.

“Esta página, à luz de uma releitura cristológica e mariana, convida-nos, não obstante o realismo com que inicia, a inverter a impressão de um mal sempre triunfante, tendo presente o inteiro arco da história da salvação que se estende de Adão até Cristo. É uma trajetória que conhece não apenas as quedas do pecado, mas também o aparecimento da redenção; que compreende não apenas a luta, mas também a paz; que abarca não apenas o medo, mas também a esperança; que é marcada não apenas pelo juízo, mas também pela salvação. E dessa trajetória, Maria é um emblema glorioso, sobretudo através da sua imaculada conceição, uma verdade de fé, oculta em alguns padres da Igreja, debatida nos séculos XII-XIII, proclamada por Pio XII a 8 de dezembro de 1854 com a bula ‘Ineffabilis Deus’ e frequentemente fundada na passagem que acabamos de estudar. Um famoso teólogo, A. D. Sertillanges, na sua obra ‘Il mese di Maria’ (Morcelliana, Brescia 1953), escrevia: ‘Maria não é posta fora da redenção, é redimida como todos nós pelo Filho. Ela, porém, é totalmente iluminada pela redenção, desde a sua conceição, para que o próprio sol, Cristo, não seja de modo algum ofuscado. Os demais serão apenas purificados; ela é totalmente pura. Mãe do dia, ela não experimentará a noite, será a primavera da humanidade renovada, a suave brisa do mundo’” (Gianfranco Ravasi – Os Rostos de Maria – Paulus).

  Pe. João Bosco Vieira Leite