Quarta, 01 de setembro de 2021

(Cl 1,1-8; Sl 51[52]; Lc 4,38-44) 

22ª Semana do Tempo Comum.     

“Mas Jesus disse: ‘Eu devo anunciar a Boa-nova do Reino de Deus também a outras cidades,

porque para isso é que eu fui enviado’” Lc 4,43.

“Ninguém acende uma lâmpada para coloca-la debaixo da mesa, dizia o Mestre. E Ele mesmo, por uma experiência muito particular, sentia dentro de si uma força que o impulsionava, que o fazia seguir adiante. Era uma certeza forte e serena: não podia ficar; precisava partir. Não queria que sua mensagem fosse privilégio de um único povo, de um pequeno grupo. Aquilo que era a razão de sua vida e de sua vinda, Ele precisa compartilhar com outras pessoas. Prova disso era o seu jeito de ser, de estar com as pessoas, de viver a fé, de estar com Deus e de falar de Deus. Talvez, também, Ele quisesse evitar o perigo da estagnação. Afirma o texto bíblico que, naquele momento, Ele já gozava de certa fama. Se quisesse, poderia ficar por ali mesmo; seria mais cômodo e mais garantido: sempre haveria alguém solicitando sua ajuda, querendo ouvir suas palavras (cf. Lc 4,33-44). Mas isso também o incomodava. Não queria sentir-se ídolo nem dono de ninguém. E o apelo do povo, pedindo para que Ele ficasse, talvez fosse indicativo de um mero interesse, profundo egoísmo (cf. Jo 6,26). Não podia ficar. Não queria acomodar-se e não queria que o povo se acomodasse. Aliás, o povo precisava aprender a caminhar sozinho. Ele já havia feito o possível: provocara, ensinara, despertara o povo para um novo jeito de viver. Agora era o momento deles. O povo precisava assumir o comando de sua vida, construir sua história. – Senhor, ensina-me a estar sempre a caminho. Não permitas que eu me acomode, que eu me julgue necessário ou que o sucesso amarre meus pés. Que eu não tema seguir adiante, assumindo os riscos do caminho. Amém” (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite