(2Cor 10,17—11,2; Sl 148; Mt 13,44-46)
Santa Rosa de Lima.
“O Reino dos céus
também é como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma
pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela
pérola” Mt 13,45-46.
“Isabel Flores y de
Oliva, a primeira santa do Novo Mundo, nasceu em Lima em 1586, de pais
espanhóis, que se mudaram para a rica colônia do Peru. O nome Rosa foi o
apelido posto pela empregada índia, Mariana. A mulher, maravilhada pela
extraordinária beleza da menina, exclamou admirada: ‘Você é bonita como uma
rosa!’, e desde aquele instante começou a chama-la de Rosa e não de Isabel.
Mais tarde quando Isabel entrou na Ordem Terceira dominicana, quis se chamar
Rosa de Santa Maria, e com esse nome fez também seu ingresso no rol dos santos.
Santa Rosa de Lima, a mais bela flor do Peru, canonizada em 1671, é venerada
não só como padroeira da sua pátria, mas de toda a América Latina e das Ilhas
Filipinas. O que mais se admira nas vicissitudes humanas desta santa, morta aos
trinta e um anos, é um inconcebível desejo de sofrimento. Um exame superficial
da sua singular personalidade poderia fazer pensar que se trataria de um desejo
masoquista. Mas esse mundo, aparentemente infeliz, encerra em si, como uma
garrafa cheia de bom vinho frisante, o segredo da autêntica alegria. No Peru não
havia conventos e Isabel Flores impôs a si mesma uma regra de vida austera,
segundo seu modo de ver. Ela dizia a quem confortava durante a doença: ‘Se os
homens soubessem o que é viver em graça, não se assustariam com nenhum
sofrimento e padeceriam de bom grado qualquer pena porque a graça é fruto da
paciência’. Depois, não conseguindo explicar seu sentimento, acrescentava:
‘Posso explicar só com o silêncio. O prazer e felicidade que o mundo pode me
oferecer são simplesmente uma sombra em comparação ao que sinto’. Mas admitia:
‘Eu não acreditava que uma criatura pudesse ser acometida de tão grandes
sofrimentos. Meu Deus, podes aumentar os sofrimentos, contanto que aumentes meu
amor por ti’. Levada à miséria com a sua família, ganhou a vida com o duro trabalho
da lavoura e costura, até alta noite. Aos vinte anos rejeitando bom casamento,
pediu e obteve a licença de emitir os votos religiosos em casa, como terciária
dominicana. Construiu para si uma pequena cela no fundo do quintal. A cama era
um saco de estopa. Cingiu a cintura com cilício doloroso, massacrando seu corpo
com duras penitências. Como ficasse doente, foi acolhida pelo casal Maza, em
1614. Sabia que lhe restava pouco tempo de vida, ou melhor: conhecia o dia da
sua morte. Todo ano, na festa de S. Bartolomeu, passava o dia inteiro em
oração: ‘Este é o dia das minhas núpcias eternas’, dizia. De fato, morreu no
dia 24 de agosto de 1617” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um
Santo para cada Dia – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite