(Nm 12,1-13; Sl 50[51]; Mt 14,22-36)
18ª Semana do Tempo Comum.
“Porque a ele eu falo
face a face; é às claras, e não por figuras que ele vê o Senhor!” Nm 12,8a.
“O contexto deste
versículo é de murmuração, por desafeto e questões familiares (cf. Nm 12,1-13).
Mas Deus se manifesta em defesa de Moisés, seu servo humilde e bom. O que
aconteceu? Maria e Aarão questionavam Moisés por ter se casado com uma mulher
etíope (não hebreia). Deus os chama para dizer o quanto Moisés o agrada com sua
humildade e dedicação. Então, repreende-os e Maria fica leprosa. Aarão clama a
Deus por ela e Deus indica o que devem fazer para que ela fique curada.
Primeira coisa a ser feita: é preciso observar que Deus os repreende não porque
não aceitavam a esposa de Moisés, mas porque, em meio a um projeto libertador,
ainda se prendem ao desnecessário. Segunda: Deus defende Moisés como seu servo
mais humilde e o qual vê face a face, às claras e não por figura, ou seja,
aquele que incessantemente dá seu sim a Deus, está pronto para servi-lo, que
corajosamente assume o projeto de Deus e busca leva-lo à frente, aquele que
reflete o Senhor para que todos façam a experiência de Deus e da libertação. E
a terceira coisa a se fazer: contemplar o semblante do Senhor, olhando para seu
povo, vendo nele o sofrimento, a angústia e o medo. Vendo nela a graça de Deus
acontecendo. Contemplando todos os acontecimentos no caminho para a terra
prometida se fita o olhar no olhar misericordioso de Deus. – Senhor,
que vem em defesa dos humildes, ajuda-nos a vê-lo face a face, no irmão que
sofre, no desalento da vida, também nas bênçãos dispensadas sobre nós.
Ajuda-nos a ver com clareza seu projeto e sua misericórdia. Assim seja!” (Anderson
Domingues de Lima – Meditações para o dia a dia [2017] –
Vozes).