Sábado, 21 de agosto de 2021

(Rt 2,1-3.8-11; 4,13-17; Sl 127[128]; Mt 23,1-12) 

20ª Semana do Tempo Comum.

“Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de mestres, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos”

Mt 23,8.

“A sociedade está repleta de diferenças. Muitas pessoas, por causa de seus estudos ou de sua posição social, gostam de ser chamados com títulos. Ali estão os ‘doutores, senhores, patrões, excelências, mestres, digníssimos, reverendos, ilustríssimos...’ Tudo baboseira. Tudo ilusão. Tudo motivo de criar distâncias entre as pessoas. Os títulos separam. Uns lá em cima e outros cá embaixo. Gosto muito desta passagem de Jesus. Coloca a todos numa igualdade radical. Ninguém é mais do que ninguém. Todos irmãos. Todos compostos da mesma grandeza e da mesma miséria. Todos fortes e fracos. Todos com os mesmos sonhos no coração. Sonhos de vida e felicidade, de paz e realização. Todos nascidos para serem eternos. Todos com um mesmo destino. O que diferencia nesta nossa humanidade não são os títulos, e sim, a função. Existe a função de ser um pai, de ser um mestre, sacerdote, advogado.... Porém, é apenas uma função que distingue um do outro, e não título. Pessoalmente sinto-me mal em chamar alguém de senhor e que me chamem de senhor. Os títulos facilmente endeusam. Por isso Jesus fala: há um só pai, um só mestre, um só senhor, um só Deus... Os títulos distanciam e criam barreiras. E somos radicalmente irmãos. Somos fraternidade universal. Igualdade de deveres e de direitos. E porque não se vive essa radical fraternidade, toda ela voltada para um mesmo e único pai, é que acontecem as lutas, as diferenças, as guerras, as competições e todo tipo de disputa para ver quem é o maior. Felizmente a morte torna todos iguais. Todos mortais. – Senhor Deus, tu és meu Pai. Tu és o Pai de todos. Que todos te amem e vivam como irmãos. Que todos se sintam na igualdade e fraternidade. Que todos vivam a filiação tão linda! Filhos de um Pai que é amor, ternura, perfeição, bondade, vida plena. Que eu te ame em mim e em cada irmão! Amém (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes). 

   Pe. João Bosco Vieira Leite