(Rt 2,1-3.8-11; 4,13-17; Sl 127[128]; Mt 23,1-12)
20ª Semana do Tempo Comum.
“Quanto a vós, nunca
vos deixeis chamar de mestres, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois
irmãos”
Mt 23,8.
“A sociedade está
repleta de diferenças. Muitas pessoas, por causa de seus estudos ou de sua
posição social, gostam de ser chamados com títulos. Ali estão os ‘doutores,
senhores, patrões, excelências, mestres, digníssimos, reverendos,
ilustríssimos...’ Tudo baboseira. Tudo ilusão. Tudo motivo de criar distâncias
entre as pessoas. Os títulos separam. Uns lá em cima e outros cá embaixo. Gosto
muito desta passagem de Jesus. Coloca a todos numa igualdade radical. Ninguém é
mais do que ninguém. Todos irmãos. Todos compostos da mesma grandeza e da mesma
miséria. Todos fortes e fracos. Todos com os mesmos sonhos no coração. Sonhos
de vida e felicidade, de paz e realização. Todos nascidos para serem eternos.
Todos com um mesmo destino. O que diferencia nesta nossa humanidade não são os
títulos, e sim, a função. Existe a função de ser um pai, de ser um mestre,
sacerdote, advogado.... Porém, é apenas uma função que distingue um do outro, e
não título. Pessoalmente sinto-me mal em chamar alguém de senhor e que me
chamem de senhor. Os títulos facilmente endeusam. Por isso Jesus fala: há um só
pai, um só mestre, um só senhor, um só Deus... Os títulos distanciam e criam
barreiras. E somos radicalmente irmãos. Somos fraternidade universal. Igualdade
de deveres e de direitos. E porque não se vive essa radical fraternidade, toda
ela voltada para um mesmo e único pai, é que acontecem as lutas, as diferenças,
as guerras, as competições e todo tipo de disputa para ver quem é o maior.
Felizmente a morte torna todos iguais. Todos mortais. – Senhor Deus, tu
és meu Pai. Tu és o Pai de todos. Que todos te amem e vivam como irmãos. Que
todos se sintam na igualdade e fraternidade. Que todos vivam a filiação tão
linda! Filhos de um Pai que é amor, ternura, perfeição, bondade, vida plena.
Que eu te ame em mim e em cada irmão! Amém” (Wilson João
Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite