(2Cor 9,6-10; Sl 111[112]; Jo 12,24-26)
São Lourenço, diácono e mártir.
“Quem semeia pouco
colherá também pouco, e quem semeia com largueza colherá também com largueza” 2Cor 9,6.
“Em sua Segunda Carta
aos Coríntios, Paulo aborda a campanha em favor dos pobres em Jerusalém.
Podemos encontrar aqui a fundamentação bíblica das ‘Campanhas da Fraternidade’.
Se havia uma causa que desafiava a coerência de Paulo, sem dúvida era a ajuda
aos pobres de Jerusalém. Tinham-lhe pedido expressamente: ‘não esqueça dos
pobres’. Esta recomendação definiu o compromisso de Paulo com seus
conterrâneos. Ele mesmo faz questão de lembrar sua promessa feita. Em nosso
tempo, esta mesma recomendação motivou o Papa Francisco a traçar de imediato
seu perfil de ‘Bispo de Roma’. Logo depois de eleito papa, foi-lhe feita a
mesma recomendação: ‘Não esqueça dos pobres’. Alguns afirmam que foi esta
recomendação que levou a escolher o nome de Francisco. Em todo caso, a
preocupação com os pobres deve ser a marca registrada de cada cristão, do papa
também. Para motivar a campanha, e levar os coríntios a colaborarem, Paulo foi
exímio em lançar mão dos seus argumentos. Entre eles, a comparação da
semeadura: ‘Quem pouco semeia, pouco também colhe!’ Dar aos pobres é investir
na graça de Deus. Pois a colheita abundante, que Paulo promete, não se reduz
aos bens materiais. O bom resultado da campanha faria com que se multiplicassem
as ações de graças, pelas quais Deus seria louvado, e continuaria derramando
suas bênçãos abundantes. Paulo conclui sua argumentação, garantindo que Deus
mesmo ‘multiplicará vossas sementes, e aumentará os frutos da vossa justiça’.
Praticar a caridade para com os pobres ‘enriquece o doador, e glorificará o
Senhor’. Desta maneira, os pobres se tornam instrumento da graça de Deus, que a
todos enriquece. – Senhor, glorificamos-vos por toda obra que fazemos
aos pobres. Pois assim nos enriquecemos com vossas bênçãos. Amém!” (Dom Luís
Demétrio Valentini – Meditações para o dia a dia [2015]
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite