(Dn 7,9-10.13-14; Sl 96[97]; Mc 9,2-10)
Transfiguração do Senhor.
“Então Pedro tomou a
palavra e disse a Jesus: ‘Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas:
uma para ti, outra
para Moisés e outra para Elias” Mc 9,5.
“Ao transfigurar-se,
Jesus antecipou o que haveria de ser a ressurreição. Era importante para os
discípulos fazer esta experiência, antes de se defrontarem com a paixão e morte
do Senhor. De fato, a conclusão da vida de Jesus, considerada com parâmetros
puramente humanos, não passaria de um grande fracasso. E mais: a morte de cruz
o colocaria no rol dos malditos. Não seria possível esperar que um crucificado
pudesse trazer salvação para a humanidade, uma vez que a salvação nem a ele
mesmo atingiu. A transfiguração revelou a identidade profunda de Jesus. A
alvura de suas vestes indicava a santidade que o envolvia. A presença de Moisés
e Elias significava que o centro das Escrituras era Jesus, dado que
representavam a Lei e os Profetas. A densa nuvem, própria das manifestações de
Deus no Antigo Testamento, revestia a transfiguração de Jesus um caráter de
teofania. Não apenas teofania do Pai, que declarou ser Jesus seu Filho bem-amado,
ao qual se devia escutar, mas, também manifestação da divindade de Jesus, que
veio do Pai, vivia unido a ele e para o Pai haveria de voltar. Tendo provado um
pouquinho do Céu, entende-se por que os discípulos queriam permanecer no monte
da transfiguração de Jesus. Agora já estavam preparados para o desafio de
contemplar o Crucificado como Filho de Deus. Se era o Filho querido do Pai, não
haveria de ser abandonado por ele. – Senhor Jesus, que a contemplação
de tua transfiguração me prepare para contemplar tua crucifixão, seguro de que
és o Filho amado de Deus” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).