Terça, 28 de abril de 2020


(At 7,51—8,1; Sl 30[31]; Jo 6,30-35) 
3ª Semana da Páscoa.

“Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu.
É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu’” Jo 6,32.

“O episódio do maná no deserto é grandioso, tanto pelo pão em si, que saciou a fome dos israelitas no deserto, como pelo seu significado profético. O maná, pão que desceu do céu, aponta para Deus como o doador e mantenedor da vida, aponta para o pão da vida que é Jesus, o Messias prometido, e é o pão que faz o povo refletir sobre o passado de escravidão, que se apresentava ao povo menos doloroso diante da fome que se manifestava no deserto rumo a Canaã. Por tudo isso, a resposta de Jesus à multidão é precisa: Não foi Moisés quem deu o pão. Tudo que se relaciona à vida é dom e obra de Deus. A começar pela libertação de Israel da escravidão no Egito (as dez pragas, a travessia do Mar Vermelho)... O povo sabia de sua libertação milagrosa, e sabia do maná milagroso agora no deserto. Não fora Moisés o messias dessas obras. Infelizmente, há muitos que se submetem servilmente a messias oportunistas que se interpõem como mediadores entre as necessidades dos seres humanos e os propósitos de Deus, mediação que foi consumada por Cristo na cruz e no túmulo vazio da ressurreição. É justo lembrar que Moisés, como todos os grandes homens de Deus, jamais reivindicaram posição messiânica e, por isso, como grandes servos de Deus, encaixam-se entre ‘os guias que vos pregaram a palavra, e nos quais, fitando o fim de suas vidas, imitai a fé que tiveram’. O problema do messianismo foi percebido e condenado pelo Apóstolo Paulo já em Corinto. No meio do povo de Deus não messias nem pessoas especiais. Há um só e suficiente Messias, Jesus Cristo, o único mediador entre Deus e os seres humanos, e há diferentes dons, distribuídos entre os crentes para o serviço de Deus em favor da salvação da humanidade seja dinâmico e eficiente. – Bondoso Deus e Pai, obrigado pelo pão/maná que sustenta a vida e pelo pão que dá a vida eterna, Jesus Cristo. Amém (Augusto Jacob Grün – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

Santo do dia:
S. Pedro Chanel, presbítero e mártir. Nascido na França, em Cuet, a 12 de julho de 1803, entrou para o seminário aos doze anos, sendo ordenado em 1827. Foi pároco por um período até partir como missionário marista para a Oceania. Exerceu seu trabalho missionário na ilha de Futuna junto com um missionário leigo Nicézio, de 20 anos; a pequena ilha era dividida em duas por uma montanha central e por duas tribos perenemente em guerra. Foi uma lenta e paciente penetração no pequeno mundo daquela gente tão diferente em costume e mentalidade. O anúncio do evangelho começou, porém, a repercutir na geração jovem. Mas este sucesso fez com que se aguçassem as hostilidades dos mais velhos. O tributo de sangue de são Pedro Chanel foi o preço para abrir enfim as portas de toda a ilha à evangelização. O novo mártir cristão, beatificado a 17 de novembro de 1889, foi inscrito no álbum dos santos a 16 de junho de 1954 e declarado padroeiro da Oceania. 

Pe. João Bosco Vieira Leite