Domingo da Ressurreição – 2020


(At 10,34.37-43; Sl 117[118]; Cl 3,1-4; Jo 20,1-9)

1. Enfim, terminado o Tríduo Pascal, chegamos ao domingo da Ressurreição. Qual o significado desse mistério? Dessa vida nova surgida da morte?

2. É importante não confundir a ressurreição de Jesus com aqueles outros momentos em que Jesus trouxe de volta à vida algumas pessoas (reanimação). Elas voltaram à vida física de antes e voltaram a experimentar a morte.

3. Jesus ressuscitou para não mais morrer. Sua vida de ressuscitado não é uma continuidade do seu estado anterior. Ele agora tem uma vida nova e transformada como percebemos nas aparições pós-pascais.

4. Os apóstolos têm a impressão primeira de ser o mesmo Jesus que conheciam em sua continuidade pessoal e física. Mas aos poucos vão percebendo que seu corpo passou por uma transformação, impossível de explicar com nossas categorias humanas. Agora Ele estava de um modo definitivo em Deus.

5. Mas esse mistério também nos toca, pois em nossa filiação possuímos o mesmo Espírito que ressuscitou Jesus. Todos que se deixam guiar pelo Espírito de Deus são filhos de Deus, à imagem do seu Filho Jesus. Assim, a vida nova do cristão não é só garantia da ressurreição, mas também realidade já presente.

6. É por isso que a renovação batismal da Vigília Pascal continua repercutindo nos domingos seguintes em nossas celebrações. Pelo batismo fomos incorporados a Cristo, pela sua morte e ressurreição. Fazer morrer em nós o pecado já é semente de vida nova com Cristo Ressuscitado.

7. Por isso Paulo nos convida a esse desejo das coisas do alto. À medida que vamos resgatando a imagem de Deus que em nós se perdeu, a esperança, a liberdade, a alegria e a solidariedade humanas são possíveis em nosso mundo.

8. Nossa atitude de escuta e de vivência da Palavra, nossa comunhão na eucaristia e na vida como um todo, vai nos permitindo uma configuração a Cristo e, oxalá, também se diga de nós que passamos por essa vida fazendo o bem (cf. At 10,38).

9. “Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!” Este é o convite do nosso salmista para esses dias festivos, sob a luz do fogo novo que acendeu o Círio Pascal, símbolo dessa alegre e luminosa presença do Ressuscitado.

10. Como os apóstolos, também corremos pela vida atrás desses sinais da ressurreição; nem sempre tudo é claro, mas o amor do Senhor em nós, pela luz do seu Espírito, poderemos discernir e crê nesse mistério de vida que nos envolve. Feliz Páscoa!

Pe. João Bosco Vieira Leite