Segunda, 13 de abril de 2020


(At 2,14.22-32; Sl 15[16]; Mt 28,8-15) 
Oitava de Páscoa.

“De repente, Jesus foi ao encontro delas e disse: ‘Alegrai-vos! ’ As mulheres aproximaram-se e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés” Mt 28,9.

“Tem um provérbio árabe que diz: ‘Cavalo que ama o dono até respira do mesmo jeito’; um modo original de dizer que até o mundo animal sintoniza com o mundo humano. E nós sabemos disso por experiência! Quem de nós não se sente bem com aquele cachorro que vem abanando o rabo de contente, ou aquele gato dengoso que salta carente em nosso colo. Tem gente que conversa com as plantas e dizem que elas respondem numa fala de espalhar beleza e perfume. Havia um tempo onde a menina conversava com a boneca e criava conversa de mãe, linguagem de ternura. Os meninos conversavam alto com as suas fantasias de quintais criando personagens de belas tramas. Ah! De um modo ou de outro a vida deixa-se dizer! Daí veio a técnica e a boneca veio com transistor embutido repetindo sons metálicos; as máquinas de jogos criam ruídos especiais, e os robôs vão empobrecendo o diálogo. Tem muita habilidade e competência cibernética aí, mas o coração? Cadê a voz do sentimento? Então as pessoas vão abaixando as cabeças e se esquecem até de um gostoso: ‘Bom-dia! ’ Mulheres foram visitar, na madrugada, a frieza do sepulcro e as pedras na sua quietude de morte. Mataram o Verbo! É difícil descobrir um encontro na morte, porém dor, saudade, amor, sintonia têm a sua fala. Chegaram ali e recebem a vitalidade de um cumprimento: ‘Salve! ’ As mulheres compreenderam a Ressurreição! Ele está vivo! Ele nos saudou com um Eterno Bom-Dia! ” – Senhor, que minhas palavras, minha atenção redobrada, minha sensibilidade não deixe ninguém ir embora sem uma palavra de vida. Amém” (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite