Quinta, 09 de abril de 2020


(Ex 12,1-8.11-14; Sl 115[116B]; 1Cor 11,23-26; Jo 13,1-15) 
Ceia do Senhor.

“Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros”
Jo 13,14.

“Encontramos uma lei nova, embora à primeira vista, a narrativa da Ceia não pareça mencionar lei particular que os apóstolos se comprometessem a observar. Mas existe. Essa lei nova, Jesus vai primeiro vive-la e significa-la no gesto do Lava-pés. [...] E depois do gesto explícito, Jesus nos dá o mandamento – porque na aliança deve haver um mandamento: ‘Dou-vos um mandamento novo (uma nova aliança): amai-vos uns aos outros. Sim, como eu vos amei, vós também deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão que sois meus discípulos: neste amor que tiverdes uns para com os outros’ (Jo 13,34-35). E todas as palavras depois da Ceia se relacionarão com este tema. Assim, tudo quanto é desejo de fraternidade humana, de encontro, de calor humano, de vida partilhada, que sentimos em tantos homens e tantos jovens de nosso tempo, tudo isto é verdadeiro e cem por cento cristão, mas na medida que este amor fraterno se originar no sacramento, no sacrifício da aliança que Jesus renova sem cessar: ‘Este é o sangue de minha aliança, entregue por vós. Todas as vezes que fizerdes isto fazei-o em memória de mim’. Não separa o homem o que Deus uniu. Temos, pois, uma lei, ‘o mandamento novo’ – uma lei, repitamos, que não é separável do resto do sacrifício da aliança, se não ela se torna sentimentalismo vago, que não resiste ao tempo. Há também, como na aliança com Moisés (Ex 24,3-9), o sangue derramado: ‘Este é meu sangue derramado em favor da multidão’. Finalmente, deve haver de nossa parte, o compromisso de entrar nesta lei. É o segredo de cada um de nossos corações. Não basta fazer os gestos, é preciso também que entremos neste compromisso. Como diz Jesus: ‘Dou-vos um mandamento: amai-vos uns aos outros, sim, como eu vos amei, assim amai-vos uns aos outros’. É a isto que devemos aderir. Esta Aliança é ‘nova’ por outro motivo ainda: cumpre maravilhosamente o que Jeremias havia pressentido e predito (31,31-33): ‘Eis que chega o dia em que concluirei com a casa de Judá e a casa de Israel uma aliança nova’” (J. Loew – Jesus, Chamado o Cristo – Ed. Paulinas).

Pe. João Bosco Viera Leite