(Ex 12,1-8.11-14; Sl 115[116B]; 1Cor 11,23-26; Jo 13,1-15)
Ceia do
Senhor.
“Portanto, se eu, o
Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos
outros”
Jo 13,14.
“Encontramos uma lei
nova, embora à primeira vista, a narrativa da Ceia não pareça mencionar lei
particular que os apóstolos se comprometessem a observar. Mas existe. Essa lei
nova, Jesus vai primeiro vive-la e significa-la no gesto do Lava-pés. [...] E
depois do gesto explícito, Jesus nos dá o mandamento – porque na aliança deve
haver um mandamento: ‘Dou-vos um mandamento novo (uma nova aliança): amai-vos
uns aos outros. Sim, como eu vos amei, vós também deveis amar-vos uns aos
outros. Nisto conhecerão que sois meus discípulos: neste amor que tiverdes uns
para com os outros’ (Jo 13,34-35). E todas as palavras depois da Ceia se
relacionarão com este tema. Assim, tudo quanto é desejo de fraternidade humana,
de encontro, de calor humano, de vida partilhada, que sentimos em tantos homens
e tantos jovens de nosso tempo, tudo isto é verdadeiro e cem por cento cristão,
mas na medida que este amor fraterno se originar no sacramento, no sacrifício
da aliança que Jesus renova sem cessar: ‘Este é o sangue de minha aliança,
entregue por vós. Todas as vezes que fizerdes isto fazei-o em memória de mim’.
Não separa o homem o que Deus uniu. Temos, pois, uma lei, ‘o mandamento novo’ –
uma lei, repitamos, que não é separável do resto do sacrifício da aliança, se
não ela se torna sentimentalismo vago, que não resiste ao tempo. Há também,
como na aliança com Moisés (Ex 24,3-9), o sangue derramado: ‘Este é meu sangue
derramado em favor da multidão’. Finalmente, deve haver de nossa parte, o
compromisso de entrar nesta lei. É o segredo de cada um de nossos corações. Não
basta fazer os gestos, é preciso também que entremos neste compromisso. Como
diz Jesus: ‘Dou-vos um mandamento: amai-vos uns aos outros, sim, como eu vos
amei, assim amai-vos uns aos outros’. É a isto que devemos aderir. Esta Aliança
é ‘nova’ por outro motivo ainda: cumpre maravilhosamente o que Jeremias havia
pressentido e predito (31,31-33): ‘Eis que chega o dia em que concluirei com a
casa de Judá e a casa de Israel uma aliança nova’” (J. Loew
– Jesus, Chamado o Cristo – Ed. Paulinas).
Pe. João Bosco Viera Leite