(Jr 20,10-13; Sl 17[18]; Jo 10,31-42)
5ª Semana da Quaresma.
“Se não faço as obras
do meu Pai, não acrediteis em mim. Mas, se as faço, mesmo que não queirais
acreditar em mim, acreditai nas minhas obras, para que saibais e reconheçais
que o Pai está em mim e eu no Pai”
Jo 10,37-38.
“O relacionamento, a
sintonia e o forte amor que une Jesus ao pai é uma das mensagens mais nítidas
do reino de Deus. Jesus nos mostra que a arte de ser filho é escutar demais a
importância do pai. Um amor assim já é naturalmente uma proposta espiritual.
Jesus permanece no Pai amando-o intensamente sem precisar fazer grandes
discursos sobre Ele. Deixa que a verdade do Pai transpareça em tudo o que faz e
fala. O contato íntimo com o Pai é que lhe dá o sentido último da sua missão.
Toda obra objetiva vem de um amor pessoal muito grande; porque ama
profundamente alguém, Jesus pode estar melhor com todos. Isto Ele nos ensina
porque hoje podemos fazer as coisas sem muito sentido por falta de uma unção,
de uma paixão, de uma grande causa. Na sua bondade, Jesus revelou a bondade do
Pai; no seu fazer aparece a atuação providente do Pai. Bom é aquele que
consegue realizar tudo com um toque sagrado. Que maravilha seria se, como
Jesus, todos os atos que realizamos revelassem o divino agindo em nós,
fazendo-nos instrumentos de seu amor! Ter fé e abrir-se à inspiração do divino
é a base de toda obra. Assim como o íntimo relacionamento de Jesus com o Pai
deu sentido a todas as suas obras, assim também nós aprendamos a passar em
nossas atividades um sentimento de pertença; este gosto de ser filho amado
predileto do Pai. – Senhor, que as pessoas possam crer na sua bondade
pelo simples fato de eu ser bom. Que as pessoas acreditem no seu inesgotável
amor pelo modo como eu posso amar todos os seus filhos. Amém” (Vitório Mazzuco
Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite