Sábado, 25 de abril de 2020


(1Pd 5,5-14; Sl 88[89]; Mc 16,15-20) 
São Marcos, evangelista.

“A Igreja que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, o meu filho” 1Pd 5,5-14.

“O cristianismo primitivo sofreu com a Roma dos imperadores; sobretudo por causa das perseguições que queriam apagar a doutrina cristã da civilização. Os cristãos eram considerados nocivos à cultura e ao paganismo. Mártires tingiram com sangue as arenas; julgamentos, prisões e desprezo. O esplendor de Roma como uma cidade do coração do Império, e, segundo os romanos, coração do mundo, a fez um lugar onde se concentravam todas as atenções. Roma e seus palácios, seus jardins, monumentos, guarda imperial, senadores, guerreiros, gladiadores. A sedução do poder e o abuso do poder fez de Roma um lugar sonhado e temido. Decidia-se facilmente ali sobre a vida de alguém. Influenciava-se os costumes, a ética, o culto. Mas Roma também experimentou a luxúria, a degradação moral, a corrupção e prostituiu-se em muitos aspectos. Por isso recebeu o apelido de ‘co-eleita de Babilônia’, um lugar de esbórnia e confusão. O cristianismo não foge de Roma, chega ali e procura mudar as estruturas convertendo-as por dentro. Não há guerra sangrenta, mas testemunho de convicção. Diante da confusão a fé, caminho de certezas. Roma berço da força e poder é agora fonte do Evangelho. Como diz o poeta Marcos Noronha: ‘ No meio do pobre a semente tem sempre o que fazer’. Dali vem o anúncio, a saudação de uma Boa-Nova escrita e pregada com sangue. Dali vem a lembrança de Marcos, filho espiritual de Pedro, discípulo do Senhor. Todo lugar é bom se do coração vem coisa boa. – Senhor, que na Babilônia do mundo ressoe o corajoso anúncio de seu Evangelho que guia, salva, santifica. Amém (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite