(1Pd 5,5-14; Sl 88[89]; Mc 16,15-20)
São Marcos, evangelista.
“A Igreja que está em
Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, o meu filho” 1Pd 5,5-14.
“O cristianismo
primitivo sofreu com a Roma dos imperadores; sobretudo por causa das
perseguições que queriam apagar a doutrina cristã da civilização. Os cristãos
eram considerados nocivos à cultura e ao paganismo. Mártires tingiram com sangue
as arenas; julgamentos, prisões e desprezo. O esplendor de Roma como uma cidade
do coração do Império, e, segundo os romanos, coração do mundo, a fez um lugar
onde se concentravam todas as atenções. Roma e seus palácios, seus jardins,
monumentos, guarda imperial, senadores, guerreiros, gladiadores. A sedução do
poder e o abuso do poder fez de Roma um lugar sonhado e temido. Decidia-se
facilmente ali sobre a vida de alguém. Influenciava-se os costumes, a ética, o
culto. Mas Roma também experimentou a luxúria, a degradação moral, a corrupção
e prostituiu-se em muitos aspectos. Por isso recebeu o apelido de ‘co-eleita de
Babilônia’, um lugar de esbórnia e confusão. O cristianismo não foge de Roma,
chega ali e procura mudar as estruturas convertendo-as por dentro. Não há
guerra sangrenta, mas testemunho de convicção. Diante da confusão a fé, caminho
de certezas. Roma berço da força e poder é agora fonte do Evangelho. Como diz o
poeta Marcos Noronha: ‘ No meio do pobre a semente tem sempre o que fazer’.
Dali vem o anúncio, a saudação de uma Boa-Nova escrita e pregada com sangue.
Dali vem a lembrança de Marcos, filho espiritual de Pedro, discípulo do Senhor.
Todo lugar é bom se do coração vem coisa boa. – Senhor, que na
Babilônia do mundo ressoe o corajoso anúncio de seu Evangelho que guia, salva,
santifica. Amém” (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite