Terça, 14 de abril de 2020


(At 2,36-41; Sl 32[33]; Jo 20,11-18) 
Oitava de Páscoa.

“Jesus disse: ‘Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai, meu Deus e vosso Deus’” Jo 20,17.

“Entre tantas experiências que o amor nos permite uma delas é o estar bem junto da pessoa amada, e isto é apenas um fenômeno físico, é algo mais, é passar tantas vibrações, tantas energias, tanto afeto. O amor aproxima e distancia, vive no encontro e na ausência, mas sempre está ali. Se deixa representar por tantos gestos, deixa-se tocar na totalidade da pessoa. Subir ao Pai é amor voltando para a intimidade, é o amor reconquistando o lugar que nunca perdeu: lugar do amor é a proximidade, porque traz tudo para mais perto. É como criança erguendo os braços e pedindo colo. Jesus sobe ao Pai para que nós descubramos o jeito de trazê-lo de volta com mais afeição e, cada vez que Ele volta, vem sempre com o carinho do Pai, sempre uma nova forma de presença. ‘Não me retenhais’: Ordem para evitar aquela posse, aquela vontade de grudar nas coisas e pessoas que a gente gosta até sufocar. É para evitar que se curtisse a sua pessoa apenas fisicamente presente. Porém o amor e a ressurreição o colocaram num outro nível. Reter é privar da liberdade; amar é prender e soltar. A missão ainda não está concluída; é preciso entender que o corpo ressuscitado revela algo mais do que uma simples presença. Amor é comunhão de almas em primeiro lugar, depois é que vem a comunhão física como algo celebrativo; aí então é subir aos céus, total comunhão. – Senhor, que eu aprenda, como São Paulo, a acreditar por demais na Ressurreição para que a minha fé não seja vã. Amém” (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite