Quinta, 16 de abril de 2020


(At 3,11-26; Sl 08; Lc 24,35-48) 
Oitava de Páscoa

“Ainda estavam falando quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: ‘A paz esteja convosco! ’” Lc 24,36.

“Coisa linda essa saudação do Ressuscitado! Quando ele chega não faz um simples cumprimento, destes que ficam na formalidade costumeira das palavras; contudo, quando o Senhor vem tem algo mais para dar: A Paz! Na sua chegada não transmite apenas palavras, mas procura passar a Vida! Uma vida de intenso significado chega sempre serena, sem atropelos. Chega trazendo a paz, que paz? A paz da consciência tranquila de quem cumpriu a vontade Pai, de quem viveu uma proposta de vida até o fim. A paz do coração que investiu na bondade e no amor que ilumina toda a prática. A paz de quem viveu o jeito manso e humilde de coração, desarmando todos os conflitos e tensões. A paz da vida fraterna, este jeito de gerar acolhimento; de compreender Pedro, de amar João, de perdoar Madalena, de comer com Zaqueu e acordar a filha de Jairo; este modo de considerar demais a importância das pessoas. A paz de quem venceu tentações, de quem discutiu com doutores da lei sem se desconcertar; de quem dormiu o sono tranquilo no lago revolto; de quem teve no colo crianças e tempo e atenção para o cego gritando na beira da estrada. A fé dos felizes, dos bem-aventurados, dos realizados, a paz dos que possuem uma íntima, verdadeira, real união com Deus que está no coração. – Senhor, quando saudar alguém, quando desejar a paz a alguém, fazei que eu dê mais do que um simples cumprimento! Que eu dê exatamente aquilo que eu sou. Amém (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite