Segunda, 27 de abril de 2020

(At 6,8-15; Sl 118[119]; Jo 6,22-29) 
3ª Semana do Tempo Pascal.

“Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade vos digo, estais me procurando não porque vistes sinais,
mas porque comeste pão e ficaste satisfeitos’” (Jo 6,26).

“Pão. Pão. Pão. O velho problema do pão. Conforme dizem as notícias, um bilhão de pessoas em nosso globo sentem carência do pão. Um bilhão! E um terço do que produzimos de alimentos simplesmente vai para o lixo. Talvez até desse para alimentar esse bilhão de gente que sofre com a falta de pão e muito provavelmente com a falta ainda mais angustiosa do pão que mata a fome eternamente. Jesus, é claro, usufruía da glória de haver multiplicado os pães e os peixes. Quem não o faria?! Mas a sua glória não era essa, pelo menos a principal. E Ele queria a principal: a glória de morrer na cruz. Essa glória Paulo a prega ao dizer em 1Cor 22,23a: ‘[...] os judeus pedem sinais, e os gregos procuram sabedoria, enquanto nós pregamos Cristo crucificado [...]’. A frustração de Jesus, portanto, ecoa a incompreensão da sua verdadeira glória. Por isso, Ele expressa com as palavras ‘[...] comestes o pão e ficastes saciados’. Era o mesmo que dizer: vocês reduziram minha obra ao mais simples instinto enquanto eu vim para terem contato com a graça e o amor de Deus. Podemos até compreender o povo, com certeza sofrido, que lutava para obter o pão sob as mais severas condições, trabalhando de sol a sol, com chuva ou seca, frio ou calor e, ainda por cima, pagando impostos escorchantes a uma potência estrangeira, o Império Romano. E, agora, aparece Jesus multiplicando pães e peixes. A imensa maioria diria: O que é que nós queremos mais? Essa redução, Jesus não podia aceitá-la. Ele era muito mais que um prato de comida. Era a graça viva que desceu do céu e, no contato com seu povo, esse não o reconheceu. – Senhor Jesus, talvez hoje, em meio a problemas econômicos e financeiros, pensemos mais no pão e naquilo que ele representa – conforto, segurança financeira, aposentadoria razoável etc. – do que na cruz vestida por ti naquele desfile do Gólgota. Faze nossos olhos voltar para tua glória redentora. Amém” (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

Santo do Dia:
Santa Zita, virgem. Nasceu em 1218 em Monsagrati, um povoado nas proximidades de Lucca (Itália). Vinha de uma família humilde de camponeses, cujas meninas para adquirir um dote e, o mais das vezes, para não ser um peso para a família, eram colocadas a serviço junto a uma família de uma cidade. Com doze anos foi ser doméstica, num tempo em que essa profissão era uma verdadeira servidão. Aceitou com serenidade a sua condição social; tolerava qualquer indelicadeza, seja da parte dos patrões que no começo trataram-na com injustificada severidade, seja da parte de suas colegas de trabalho enciumadas por seu zelo e por seu desinteresse total. Era generosa na esmola, vivia com muita parcimônia. Sua vida foi toda um símbolo florido de virtudes cristãs provando que em qualquer condição social existe um lugar para a atuação dos conselhos evangélicos. As suas virtudes impunham a admiração de todos os que dela se aproximavam e, após a morte, 27 de abril de 1278, imprimiram uma força irresistível à devoção popular. Patrona das domésticas.

Pe. João Bosco Vieira Leite